Documento do IML aponta causa da morte de aluno que foi agredido em escola de Praia Grande

Declaração de óbito de Carlos Teixeira, de 13 anos, foi emitida. Família ainda aguarda laudo final

Por: ATribuna.com.br  -  19/04/24  -  10:42
Documento emitido pelo IML servirá para a realização do atestado de óbito de Carlos
Documento emitido pelo IML servirá para a realização do atestado de óbito de Carlos   Foto: Reprodução

Uma declaração de óbito divulgada na noite desta quinta-feira (18) diz que a causa da morte do adolescente Carlos Teixeira Gomes Ferreira Nazarra, de 13 anos, foi uma broncopneumonia bilateral. O documento foi emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande. Nesta sexta-feira (19), a família comunicou, por meio de nota emitida pela advogada, que optou por não realizar o velório do filho, por conta das grandes proporções que o caso tomou, e que deseja privacidade neste momento.


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Em entrevista para A Tribuna, o pai havia dito que Carlos morreu após três paradas cardíacas. Ele ainda afirmou que o menino era alvo de bullying e a morte aconteceu por decorrência de uma agressão na Escola Estadual Professor Julio Pardo Couto.


A declaração de óbito ainda apontou que além da broncopneumonia, Carlos teve um quadro de celulite no cotovelo direito. O documento emitido vai servir como base para o atestado de óbito, porém, o laudo que realmente pode apontar a real causa da morte e até apontar a possível agressão, só deve ficar pronto dentro de 30 a 90 dias.


Conforme a advogada, Amanda Mesquita, a família ficou indignada e chocada com o resultado. “Todos ainda estão muito abalados e esgotados, por isso, as próximas atitudes a respeito do caso ainda estão sendo avaliadas. O correto será esperar o resultado concreto do laudo oficial”, explica.


Relatos do pai apontam que Carlos foi levado diversas vezes a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto-socorros (PSs). O pai relembra que receitaram medicações, passavam encaminhamentos, mas o filho não melhorava, até que chegou o momento em que Carlos foi encaminhado para a Santa Casa de Santos.


Os médicos teriam indicado que o filho dele estava com uma infecção no pulmão e, por isso, precisou ser entubado. Encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Carlos teve três paradas cardíacas e morreu na tarde de terça-feira (16).


Velório

Nesta sexta-feira (19), em uma nota divulgada por Amanda, a família comunicou que decidiu não realizar o velório. Eles justificaram que a decisão foi tomada em decorrência da grande proporção que a situação tomou e que, neste momento, desejam privacidade.


Protesto

Na tarde desta quinta-feira (18), moradores e familiares realizaram um protesto na Vila Mirim, bairro onde Carlos morava em Praia Grande. Juntos, eles realizaram uma passeata até a escola. No local, outras mães, inclusive, reclamaram da falta de acolhimento dos alunos em casos de agressão na unidade escolar. Ainda nesta quinta, A Tribuna divulgou outro caso de adolescente agredido dentro da escola.


Manifestação pela morte de Carlos ocorreu em frente à escola
Manifestação pela morte de Carlos ocorreu em frente à escola   Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Nas redes sociais, circula um vídeo em que mostra Carlos sendo agredido dentro do banheiro da unidade, enquanto outros alunos ficam em volta e nenhum funcionário da escola aparece para conter a briga. De acordo pai Julisses Fleming Gomes Ferreira Nazara, que deu entrevista à TV Tribuna na noite desta quinta-feira (18) a agressão registrada esta foi só uma das sofridas pelo filho, e a que teria sido a motivação da morte dele, ocorreu dentro da sala de aula.


“Os meninos que machucaram o meu filho, eu perdoo de coração, não quero mal para eles, nem sangue com sangue, eu só quero a justiça. Porque se aconteceu hoje com o meu filho, amanhã pode acontecer com outras mães. É isso que está me matando. Tirou um pedaço de mim, da minha esposa, da minha filha. Espero que os membros da escola que viram o que aconteceu também sejam penalizados”, declara Julisses.


Vídeo publicado nas redes sociais mostra Carlos sendo agredido no banheiro da escola
Vídeo publicado nas redes sociais mostra Carlos sendo agredido no banheiro da escola   Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Investigação

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como morte suspeita e segue sendo investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande.


A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamentou a morte do estudante. Além disso, também garantiu que a Diretoria de Ensino de São Vicente já instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações.


A Prefeitura de Praia Grande informou que lamenta profundamente a ocorrência com um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no Bairro Nova Mirim e se solidarizou com os familiares e amigos do jovem.


O município ainda disse que solicitou junto a secretaria de Estado uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual. Por fim, explicou que também já está analisando todos os procedimentos adotados no atendimento efetuado no pronto-socorro da cidade.


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