Com medo de 'apanhar', acusado de matar idoso se entrega e confessa o crime no litoral de SP

Nilton Melo de Morais, de 24 anos, já estava identificado e se apresentou na Delegacia de Mongaguá devido ao medo de sofrer represálias na rua

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  22/10/20  -  16:06

Com medo de sofrer represálias na rua e na iminência de ser localizado e preso, Nilton Melo de Morais, de 24 anos, decidiu se apresentar na Delegacia de Mongaguá, acompanhado do pai, às 16h30 de quarta-feira (21). Ele confessou o latrocínio (roubo seguido de morte) de um aposentado de 76 anos, mas tentou abrandar a sua participação. Também disse que agiu em parceria com Cibele Souza da Silva, de 25 anos.


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A pedido do delegado Luiz Carlos Vieira, o juiz João Costa Ribeiro Neto, do plantão judiciário de Itanhaém, decretou no dia 11 a prisão temporária de 30 dias de Nilton e Cibele. A jovem foi capturada pela equipe do investigador Alexandre dos Santos, na última sexta-feira (21), em uma casa em Mongaguá. Ela também confessou envolvimento na morte de Eurico João de Souza Filho, que era aposentado e viúvo.


Com informações de que Nilton fugira para a casa de parentes no município de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, uma equipe de policiais iniciou viagem ao Paraná para prendê-lo. Porém, quando ainda estavam em território paulista, os investigadores souberam que o acusado retornava para Mongaguá com o propósito de se entregar e voltaram à unidade.
Versões parecidas


Nilton justificou a sua apresentação ao medo de ser morto em represália ao latrocínio do idoso. A versão do rapaz coincide em vários pontos com a de Cibele. O crime aconteceu na madrugada do último dia 6, na casa onde Eurico residia sozinho, na Avenida Dr. José Munhoz Bonilha, 75, no Balneário Plataforma II. Horas antes, os acusados estiveram em dois bares, onde consumiram cervejas e cocaína.


Cibele conhecia o idoso e já manteve caso amoroso com ele. A jovem disse ao comparsa que o aposentado possuía um cofre em casa com uma “boa quantia em dinheiro”. Os acusados, então, combinaram roubar a residência. Coube à moça chamar por Eurico para o rapaz rendê-lo tão logo a porta fosse aberta. Após dominar a vítima, Nilton imobilizou as suas mãos com um cinto e encobriu o seu rosto com uma camiseta.


O suposto cofre não foi encontrado, conforme Nilton, apesar de ele e Cibele vistoriarem toda a casa. O rapaz contou que apenas pegou roupas do aposentado que estavam no varal e as utilizou na fuga para não ser reconhecido. O acusado negou ter espancado e matado o idoso, alegando que a vítima passou mal. Por fim, o comparsa de Cibele declarou ter realizado massagem cardíaca em Eurico, que “abriu os olhos”.


Crueldade


“Aparentes indícios de violência por meio cruel” foram detectados no corpo da vítima, segundo laudo de exame necroscópico feito no Instituto Médico-Legal (IML) de Praia Grande. O documento aponta asfixia mecânica mediante “obstrução direta” (sufocação) como causa da morte. O idoso ainda apresentava múltiplos hematomas na face, na região craniana e no tórax por “agente contundente”, que pode ser pauladas, socos etc.


O delegado Luiz Carlos Vieira espera concluir o inquérito policial nos próximos dias e requerer a prisão preventiva do casal. O latrocínio é crime hediondo e a sua pena varia de 20 a 30 anos de reclusão. O ponto de partida para a elucidação do crime foi a filmagem de uma câmera de segurança obtida pelos investigadores. O equipamento é de uma empresa situada nas imediações da casa da vítima.


A gravação mostra um homem parecido com Nilton passar pelo local à 0h51 do último dia 6. Às 6h25, ele reaparece na filmagem, mas desta vez com uma mulher com características semelhantes às de Cibele. Procurados em suas casas, os suspeitos não foram encontrados. Porém, os seus pais prestaram informações que reforçaram os indícios contra os acusados.


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