Os momentos de terror vividos na noite de domingo (13), no assalto à relojoaria a Suissa, no Shopping Brisamar, em São Vicente, não abalam a confiança de Giovanna Fernandes, de 21 anos, em se recuperar rapidamente do episódio. Baleada, ela ficou com o projétil alojado na região do quadril e, de alta do hospital, contou para A Tribuna como manteve a calma durante a ação criminosa, apesar de ter sido alvejada por um "tiro acidental". (Veja em vídeo mais abaixo)
“Eu fui atender um casal que chegou na loja querendo ver a aliança de ouro e, após conversar com eles, fui no cofre buscar as joias. Foi quando entrou o primeiro assaltante rendendo outra vendedora. Então ele, armado, pediu para a gente deitar no chão. Depois falou para começar a pegar as coisas. A gente abriu o cofre, começou a jogar tudo o que tinha dentro da sacola e ele estava movimentando muito a mão, que estava com a arma, e soltou um disparo. Esse tiro acertou o meu braço”, conta.
No momento do disparo, relembra a jovem, o criminoso "travou". “Na hora ele se assustou. Quando vê que me atingiu, ele parou, olhou e travou. Pegou a sacola e saiu correndo. O tiro entrou e saiu pelo meu braço e, como eu estava ajoelhada com o braço esticado, a bala passou pelo meu braço e entrou pela minha cintura".
De acordo com Giovanna, assim como ela, a impressão dos outros funcionários da loja é que o tiro foi acidental. "A gente acha que foi acidental por conta de como ele fez. Foi como se ele tivesse jogado a mão e a bala saiu. Também pelo susto que ele tomou, não foi algo por raiva", acredita.
Após ser baleada e os criminosos fugirem da loja, Giovanna foi levada ao Hospital Municipal dos Vicentinos e depois, transferida para a Santa Casa de Santos. Os médicos disseram à jovem que, por conta do local onde a bala está alojada, ou o corpo dela irá criar uma aderência e o projétil permanecerá no lugar, sem riscos de infecções, ou o corpo irá expelir a bala com o tempo.
Por isso, os médicos optaram por não realizar uma cirurgia para retirar o projétil. "Tanto para ter uma recuperação, quanto para preservar a musculatura, eles preferiram não tirar”, explica.
“No momento sinto pouca dor. É bem pouquinho. O braço só dói se eu me movo e não é aquela dor constante. A bunda dói como se eu tivesse tomado uma injeção. O ferimento do do quadril está dolorido somente ao redor e quando eu toco”, comenta.
Pensamento positivo
“Eu prefiro não pensar em nada e deixar o que tiver que acontecer. Na hora foi mais um medo, de nunca ter passado por aquilo e de acontecer alguma coisa. Só pensava no susto mesmo, dele ter chegado armado, pegar tudo. É aquela coisa de tomar cuidado em como reage, com o que fala e com o que faz para o assaltante não ter uma reação pior”, relata.
Giovanna foi a única a sair ferida do assalto. Os outros três funcionários e o gerente que trabalhavam na loja no domingo saíram ilesos durante a ação. Até a noite desta segunda (14), a polícia ainda não havia prendido nenhum dos quatro criminosos que participaram da ação.