Assassinos que concretaram mulher em São Vicente trabalharam em obra por dias

Delegado relata frieza de um dos homens e diz que houve discussão

Por: Bruno Almeida  -  06/10/21  -  17:30
Atualizado em 06/10/21 - 20:23
 Vítima foi concretada em buraco aberto em banheiro de construção
Vítima foi concretada em buraco aberto em banheiro de construção   Foto: Divulgação/Polícia Civil; Arquivo pessoal

Os pedreiros que estrangularam a jovem Joice Maria da Glória Rodrigues, de 25 anos, encontrada concretada numa parede de obra em São Vicente, a mataram juntos e depois de uma briga. A dupla ainda trabalhou na construção durante os dias em que a vítima esteve desaparecida. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6). Ambos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.


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De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Thiago Nemi Bonametti, do 3º Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a vítima saiu de casa em 27 de setembro para ver o avô. Depois, se encontrou com um dos pedreiros, de 56 anos, com quem a polícia afirma que mantinha um relacionamento. Na obra onde o homem trabalhava, um colega dele, de 35 e responsável pelos serviços numa piscina, também estava presente.


Joice e o homem de 35 anos teriam discutido e ele começou a estrangulá-la, utilizando uma camiseta preta. Em vez de defender a mulher, o pedreiro de 56 anos ajudou no estrangulamento que terminou com a morte da vítima. Ainda não se sabe o motivo da briga. A polícia diz que os envolvidos eram usuários de drogas. Depois de matar Joice, a dupla escondeu o corpo em um buraco no banheiro, que ainda estava sendo construído.


"Nós fizemos uma vistoria (na obra). O pedreiro e o responsável pela construção foram entrevistados. O pedreiro confirmou que ela havia ido ao local, mas disse que ela saiu, sem dizer para onde. Nós ficamos atentos à construção e o responsável nos avisou que achou estranho uma parte da obra feita de forma muito rápida", disse o delegado.


O mesmo responsável - que colaborou com as investigações e não tem ligação com o crime - explicou à polícia que o trecho da parede que levantou suspeita seria feito posteriormente. Além disso, estava "mal acabado", relatou Bonametti. "Começamos a desconfiar de que a moça não havia saído da obra. Havia até areia num ponto onde não deveria. Ele comunicou a polícia e na terça-feira (5) de manhã fomos à obra e encontramos o corpo (concretado na parede)".


De acordo com a polícia, o pedreiro de 56 anos dormia na obra para evitar furtos, o que explicaria o motivo de a moça estar no local, na Esplanada dos Barreiros. "Ele foi o primeiro a ser capturado. No interrogatório, confessou o crime e disse que havia estrangulado a vítima junto com o outro servente. Ele tinha uma casa próxima à residência da menina. Era conhecido da família dela e que tinham um caso desde quando ela tinha 19 anos".


Ainda na terça, no final da tarde, o outro acusado foi preso em flagrante, em casa. Segundo a Polícia Civil, ele negou participação no crime. Eles responderão por ocultação de cadáver e feminicídio. A polícia pediu a prisão preventiva de ambos e a Justiça concedeu. A investigação não descarta a possibilidade de ter havido estupro, mas que apenas laudos periciais vão confirmar a hipótese.


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