Assassinatos crescem quase 24% na Baixada Santista e Vale do Ribeira em um ano

Número de homicídios dolosos foi de 121 para 150; estupros também tiveram alta

Por: Daniel Gois  -  28/01/22  -  11:24
Atualizado em 28/01/22 - 22:15
Homicídios dolosos tiveram aumento nas regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira
Homicídios dolosos tiveram aumento nas regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira   Foto: Irandy Ribas/AT

Na contramão do Estado, a Baixada Santista e o Vale do Ribeira registraram 23,96% mais homicídios dolosos (intencionais) no ano passado, na comparação com 2020. Enquanto o número de assassinatos nas 24 cidades saltou de 121 para 150, a queda foi de 6,28% em nível estadual, de 3.038 para 2.847.


Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).Cresceu também o número de vítimas de homicídios dolosos nas duas regiões, de 128 para 153 (19,53%).


Na mesma tendência, os estupros aumentaram. Em 2020, a Baixada Santista e o Vale do Ribeira tiveram 639 registros de crimes dessa natureza. No ano passado, aconteceram 647, com alta de 1,3%.


Dos 647 estupros, 510 foram cometidos contra pessoas vulneráveis — menores de 14 anos, pessoas com doenças ou transtornos mentais e embriagadas.


Em queda

Os registros de latrocínios (roubos seguidos de morte) caíram de 14 para dez. Os roubos na Baixada Santista e no Vale do Ribeira tiveram queda de 6,29%, de 11.845 em 2020 para 11.144 em 2021.


Relações

O delegado e diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo do Interior Seis (Deinter-6), Manoel Gatto Neto, explica que grande parte dos autores e vítimas de homicídios tem relação pessoal (parentesco, vizinhança, etc), o que dificulta a prevenção policial para esse tipo de crime.


“Nossos estudos apontam que a maioria dos casos de homicídio ocorreu entre pessoas conhecidas, vizinhas e com algum tipo de relacionamento pessoal, sendo que a violência se deu por conflitos de interesses pessoais, negócios e desentendimentos. Trata-se de casos de difícil prevenção por atuação policial”, afirma Gatto.


Segundo o diretor do Deinter-6, a mesma característica também é observada nos estupros. “Sua grande maioria foi no ambiente familiar, entre pessoas conhecidas.”


Em relação à queda nos demais índices criminais, Manoel Gatto cita o trabalho de inteligência policial e o esclarecimento de crimes, em especial os de latrocínio.


“Os casos de roubo seguem uma tendência de queda, que vem sendo observada nos últimos anos, fruto de melhor prevenção e do trabalho de inteligência da polícia. Ela cruza as informações de todas as ocorrências e o modo de agir dos criminosos, fazendo com que muitos casos sejam esclarecidos e os ladrões acabem presos”, afirma o delegado.


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