O novo reajuste no preço dos combustíveis confirmado pela Petrobras nesta sexta-feira (17) irá impactar no bolso do consumidor já neste sábado. Na gasolina, o consumidor irá desembolsar R$ 0,15 a mais por litro. Já o diesel, irá pagar R$ 0,63 mais caro.
Somente neste ano, o diesel acumula uma elevação de 68% e a gasolina, de 31%. Nesse mesmo período, o barril do petróleo Brent subiu 43,84% e o IPCA, o índice oficial de inflação, variou 4,7%.
O presidente do Sindicombustíveis Resan, José Camargo Hernandes, afirma que os postos são livres para adequar os preços nas bombas e que esse aumento prejudica a todos, pois os motoristas tendem a sair menos de carro.
Além disso, esse reajuste prejudica os donos desses estabelecimentos. “O capital de giro das empresas, principalmente nas vendas com cartão de crédito, é prejudicado. Vendemos por um preço hoje, mas receberemos esses valores após cerca de um mês, quando eles já estarão maiores nas distribuidoras”, justifica.
O economista do Observatório Social do Petróleo, Eric Gil Dantas, diz que a alta dos combustíveis já era esperada e está em conformidade com a desvalorização do real ao longo do último mês e com o preço internacional desses produtos.
“Para resolver essa questão que incomoda tanto a população, a Petrobras precisa abrir mão do PPI (preço paridade internacional), que não faz sentido. Ela já obteve o maior lucro da sua história, no ano passado, com preços mais baixos. Os ganhos vão ser muito superiores em 2022”, destaca.
O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, afirma que o reajuste dos combustíveis ocorreu com atraso, pois o diesel estava há 40 dias sem correção e a gasolina, 99.
“Como a Petrobras é uma empresa de capital misto, ela deve ter suas commodities com os preços alinhados com o do mercado internacional. Não faz sentido que ela mantenha preços artificiais”, justifica.
O representante da instituição entende a preocupação da União com o valor alto da energia no País, mas deixa claro que, na sua avaliação, é o Governo Federal quem deve fazer uma política pública sobre o setor.
Alternativas
Professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rochlin entende que há alternativas para o controle de preços, mas isso não é necessariamente algo positivo.
Conforme o docente, o Governo pode subsidiar os preços mais baixos que eventualmente a Petrobras cobraria, ou seja, ele arcaria com esse ônus. A segunda seria um fundo de estabilização, que ajudaria a amenizar os valores durante o período de alta. E a terceira, a redução de impostos federais e estaduais, medida que foi aprovada recentemente pelo Congresso.