Onde investir: Ferro, petróleo e carne
A Vale continua, na visão de corretoras, bancos e casas de análise, a ação mais recomendada para o mês
A Vale continua, na visão de corretoras, bancos e casas de análise, como a ação mais recomendada para o mês, desta vez para janeiro. A mineradora conquistou 14 citações de um total de 20 instituições com as carteiras levantadas pelo site financeiro ADVFN. Petrobras, JBS e Gerdau aparecem com dez indicações cada e PetroRio, uma junior oil (pequena petroleira), com nove.
O mais curioso é que as cinco primeiras são companhias de commodities (produtos minerais e agro cotados em bolsa), exceto a Gerdau, uma indústria associada ao minério de ferro. As empresas de commodities passam por uma fase favorável devido às exportações em alta, ao dólar atraente e pela própria valorização das commodities, ainda que o ferro tenha caído no ano passado e a China tenda a reduzir suas compras.
Os outros componentes do ranking revelam as estratégias dos investidores traçadas para este ano, de inflação que deve cair, mas nem tanto, Selic bem elevada e principalmente provável subida dos juros americanos (os títulos dos EUA já começaram a tirar capitais dos emergentes, que são mais arriscados). O setor bancário, como Itaú, é considerado defensivo para essa saída de dinheiro da bolsa rumo aos EUA. Nesse processo, empresas de crescimento (e-commerce, fintechs, tecnologia) perdem espaço, enquanto ações que mais desvalorizaram ficaram atraentes porque simplesmente estão baratas, como bancos. Lojas Renner (-40%) e Magalu (-74%) estão entre as maiores quedas do ano passado, mas enfrentam o desafio da inflação que reduz vendas e, no caso da Magazine, de enfrentar o Mercado Livre e a Shopee.
O ranking não é uma lista pronta para o investidor escolher suas ações, mas para entender o momento e bolar uma estratégia. Se você quer ganhar na bolsa, tem que ficar ligado nas mudanças ou pelo menos questionar os analistas de sua corretora sobre o que fazer.
