Famílias da Baixada Santista fazem upgrade para imóvel de melhor qualidade

Crédito, prazo longo e vida estável viabilizam a troca da casa própria

Por: Júnior Batista  -  23/10/21  -  17:40
Atualizado em 24/10/21 - 06:04
 Mais linhas de crédito e prazos de pagamento longos facilitaram a troca da casa própria
Mais linhas de crédito e prazos de pagamento longos facilitaram a troca da casa própria   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Mais linhas de crédito e prazos de pagamento longos facilitaram, nos últimos anos, a troca da casa própria por uma mais moderna, espaçosa, melhor localizada e até em bairro mais valorizado, em um processo que se assemelha a um upgrade, deixando para trás os tempos em que se morava quase a vida toda em um mesmo imóvel.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Essa mudança para melhor ganhou fôlego extra na pandemia, com a busca de mais conforto ou espaço para fazer home office.


Essa busca, de acordo com o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Carlos Meschini, não necessariamente significa apartamentos grandes. “O perfil é de alguém mais novo, de 40 a 50 anos, que não tem o mesmo costume de seus pais, de ficarem décadas no mesmo imóvel”, diz.


Esses compradores não se importam tanto com espaços muito grandes porque há menos filhos e a vida moderna exige manutenção mais enxuta. Além disso, buscam facilidade, conforto e lazer.


Apartamentos usados com até 15 anos de lançamento estão entre os preferidos. Esse comprador, diz Meschini, quer algum tipo de conforto e aceita dois dormitórios, embora o de três quartos também esteja sendo bem buscado, embora em tamanho menor se comparado a modelos mais antigos.


De acordo com o diretor regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Carlos Ferreira, o consumidor ficou mais exigente na pandemia também em relação à vizinhança. “Ele busca um local sossegado, seguro. Mas quer facilidade, escolas por perto, comércio e praia”.


Jovens e solteiros
Segundo os profissionais do setor, uma parcela significativa de jovens de classe média alta, por volta de 30 anos e solteiros, também com alto nível de escolaridade e às vezes um filho, também tende a buscar a troca do imóvel por um melhor via financiamento.


“O mercado segue aquecido desde a pandemia. Os imóveis usados com mais espaços amplos estão em alta nas vendas de mais de 10%, na comparação de setembro para agosto. No acumulado do ano, há saldo positivo de mais de 32% na nossa região, na comparação com o ano passado”, diz Ferreira.


Este foi o caso do jornalista Gustavo Klein, de 50 anos. Ele trocou de apartamento, mas, embora tenha mantido a quantidade de dormitórios (apenas um), comprou um imóvel maior. O antigo, em frente à praia do Boqueirão, tinha 40 metros quadrados. O novo tem 55 m2, no bairro vizinho Gonzaga e situado em um prédio mais novo. “Se eu precisar, posso fazer um escritório, consigo trabalhar de casa”, afirma.


Usados
Meschini diz que os compradores estão em busca cada vez mais de apartamentos não tão antigos. “Como falta novo, o usado vai continuar valorizando e talvez este ano de 2022 siga em tendência de crescimento”.


De acordo com pesquisa da consultoria Brain, a pedido do Sindicato da Habitação (Secovi) e obtida com exclusividade por A Tribuna, a maior oferta de lançamentos no primeiro semestre deste ano, em quatro cidades da Baixada Santista, é de imóveis de dois dormitórios (65,5% da oferta disponível).


No primeiro semestre deste ano, foram lançados, ao todo, 26.187 unidades novas em Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande. Destes, 3.463 (ou 13,2%) estão disponíveis, segundo dados de junho da pesquisa.


A maior parte dos lançamentos é de imóveis de dois dormitórios, com 17.150 unidades, seguido dos de três dormitórios com 4.825 e de um dormitório, com 3.877 lançamentos.


Logo A Tribuna
Newsletter