Especialista dá dicas para empresários sobre financiamentos, investimentos e mais

Rodrigo Cabernite atua na área de crédito para pequenas e médias empresas

Por: Júnior Batista  -  16/01/22  -  21:15
“Pequena empresa paga até quatro vezes mais pelo crédito”, diz o especialista
“Pequena empresa paga até quatro vezes mais pelo crédito”, diz o especialista   Foto: Divulgação

O pequeno empresário chega a pagar até quatro vezes mais caro pelo empréstimo que uma grande empresa, segundo o CEO da fintech Gyra+, Rodrigo Cabernite, especialista em liberação de crédito para as pequenas e médias empresas. “Existe uma diferença bem grande considerando o crédito sem garantia”, diz ele. Confira a entrevista.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


A taxa Selic subiu de 2% ao ano em janeiro de 2020 para atuais 9,25%. Esse salto já está incorporado aos juros cobrados das pequenas e médias empresas hoje?


O mercado já precificou parcialmente os empréstimos, mas esse movimento não acontece de um dia para o outro. Mesmo com uma boa parte já tendo sido precificada novamente, neste início de ano o crédito tende a encarecer um pouco mais até estabilizar. São estimados seis meses entre a taxa básica começar a subir e os agentes precificarem novamente.


Qual a taxa média de crédito cobrado das pequenas empresas? Difere muito de outros tomadores (médias e grandes empresas)?


Para uma linha de capital de giro, por exemplo, se a pequena empresa está pagando 3,5% ou 4% ao mês, uma empresa média pagaria 1,5% a 2% ao mês e a empresa grande abaixo de 1%. Existe uma diferença bem grande. Isso considerando o crédito sem garantia.


Antes de tomar crédito, que medidas administrativas, comerciais e financeiras o empresário deve adotar?


Quando necessitar de crédito, ele deve ter a certeza de que o seu nome está limpo e não há dívidas. Se o empreendedor estiver com o dever de casa feito, vai ter a melhor oferta possível. Agora, se estiver em uma situação de apuro rápido, precisa achar esses financiadores que conseguem se mover mais rápido e o entender de forma mais rápida, como as fintechs.


Quantos pedidos de crédito das pequenas empresas são recusados em relação aos aprovados?


Geralmente, dos pedidos de PMEs (pequenas e médias empresas) que vêm de forma on-line, menos de 10% são aprovados de primeira. Isso porque há número grande de informais, MEIs (microempreendedores individuais), empresas e CPFs com restrições. Essas empresas têm um acesso mais dificultado. Se o micro e pequeno empresário trabalhar bem e se organizar, pelo panorama geral do mercado, mais ou menos um terço consegue.


Quais são as linhas que as fintechs oferecem às MPEs?


As principais linhas são desconto de recebíveis, de cheque a cartão, capital de giro com e sem garantias.


Qual é a inadimplência desse segmento nas fintechs?


A inadimplência é alta pelo fato dos bancos não conseguirem entender direito as pequenas empresas. Na pandemia, a inadimplência desse segmento passou dos 20% na indústria inteira. Normalmente, isso fica mais próximo dos 10%, quando se está sem garantias. Conforme vai se adicionando garantias, essa inadimplência vai caindo em direção aos 5%.


Logo A Tribuna
Newsletter