Com isolamento, vendas do comércio paulistano caem 62,8% em abril

Associação Comercial de São Paulo (ACSP) diz que prejuízo maior para o setor foi provocado pelo fechamento de estabelecimentos considerados não-essenciais durante pandemia

Por: Por ATribuna.com.br  -  06/05/20  -  18:45
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores   Foto: Matheus Tagé/AT

O levantamento mensal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indicam que as vendas no comércio da Capital registraram uma queda média de 62,8% em abril. A comparação foi realizada com igual mês do ano passado. Segundo a publicação, o fechamento dos estabelecimentos considerados não-essenciais contribuiu para a queda abrupta na movimentação.  


Os dados divulgados na manhã desta quarta-feira (6) informam ser o segundo mês consecutivo de tombo nesse segmento da economia paulistana. Em março, a queda foi de 53,4%. O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia da ACSP, com base em amostra fornecida pela Boa Vista Serviços. 


O levantamento mostra que o movimento de vendas a prazo, que inclui bens duráveis, como eletrodomésticos, caiu 56,5% comparado a abril de 2019. Já as vendas à vista, que incluem itens de menor valor, como vestuário e calçados, recuaram 69%.  


Já na comparação com o mês imediatamente anterior, março, a queda média foi de 51,8%, sendo que 39,9% referem-se ao recuo das vendas a prazo, e 63,7% à diminuição das vendas à vista.  


Segundo o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a perda é irrecuperável, pois o comércio tem fluxo permanente. “O que não se vende hoje é venda perdida. A de amanhã será a de amanhã”, resume.  


Contudo, ele alerta que as empresas menores, que em sua grande maioria não operam pela internet, têm grandes dificuldades em função do fechamento. E muitas não conseguirão sobreviver.   


“Quanto mais durarem as medidas restritivas, maior será o número das empresas que não sobreviverão, aumentando ainda mais o nível de desemprego, que já está crescendo fortemente”, alerta.  


Apesar de a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a ACSP terem pedido ao governo do Estado e à prefeitura da Capital a reabertura parcial do comércio, a partir de 1º de maio, a sugestão não foi acatada. A expectativa do setor era aproveitar as vendas do Dia das Mães – segunda melhor data, atrás apenas do Natal.  


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) não descarta prorrogar a quarentena na Cidade, um dos epicentros da pandemia no País. Já o governador João Doria (PSDB) deve anunciar, nesta sexta-feira (8), o plano de reabertura da economia paulista. Contudo, velocidade de transmissão e capacidade da rede de saúde de cada localidade no Estado serão elementos para definir os setores liberados a partir de segunda-feira (10). 


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