Bitcoin cai abaixo de US$ 20 mil; menor valor desde novembro de 2020

Ethereum, segunda principal criptomoeda, rompeu fosso de US$ 1 mil; alta dos juros enfraqueceu mercado

Por: Redação e Agências  -  19/06/22  -  16:06
Quedas do bitcoin e ethereum contaminaram outras criptomoedas; investidores se apoiam em stablecoins
Quedas do bitcoin e ethereum contaminaram outras criptomoedas; investidores se apoiam em stablecoins   Foto: Michael Weins/Domínio Público

O preço do bitcoin caiu abaixo de US$ 20 mil, ontem, pela primeira vez desde o fim de 2020. Após às 18 horas, a divisa digital acelerou sua queda para -12% (em 24 horas), atingindo US$ 18 mil. A desvalorização é um sinal de que investidores estão ampliando as vendas de criptomoedas.


O bitcoin, a criptomoeda mais popular, caiu abaixo do limiar de suporte técnico (ponto do gráfico que os investidores esperam atingir para disparar ordens de venda ou compra de um ativo) e chegou a registrar perdas de até 9%, para menos de US$ 19 mil, de acordo com a CoinDesk.


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A última vez que o bitcoin esteve nesse nível foi em novembro de 2020, quando estava a caminho de seu recorde histórico de quase US$ 69 mil. A criptomoeda agora perdeu mais de 70% do valor que havia atingido nesse pico de novembro.


O ethereum, segunda maior criptomoeda do mundo, vem caindo nas últimas semanas e sofreu uma baixa semelhante ontem, atingindo US$ 975,35, seu nível mais baixo desde janeiro de 2021. Também após as 18 horas, essa divisa seguiu o bitcoin e aprofundou as perdas, caindo 16% em 24 horas, para US$ 918.


Entre as mais capitalizadas depois das duas líderes, em 24 horas, BNB caía ontem 11%, Cardano, -9,5%, XRP, -6,2%, e Solana (-8%).


A exceção são as stablecoins, as criptos que replicam a cotação do dólar e, por isso, seguem as altas e baixas da moeda americana física. Por isso são mais estáveis. Essas criptos são usadas por investidores como reserva para aguardar chegar o momento de bom preço de alguma moeda desejada ou para reduzir a volatilidade de uma carteira com várias divisas.


Apesar da tristeza dos investidores de criptomoedas exposta à exaustão nas redes sociais, os mais acostumados com o risco e com a volatilidade desse mercado aproveitam para aumentar as compras durante a baixa.


Porém, quem vai precisar do dinheiro no curto prazo (menos de dois anos) deve tomar cuidado, pois os analistas admitem que a recuperação das criptos ainda vai demorar.


Este é o mais recente sinal de turbulência no setor de criptomoedas em meio a instabilidades nos mercados financeiros.


A variação mostra como investidores estão vendendo ativos mais arriscados, porque bancos centrais estão aumentando as taxas de juros para combater a inflação acelerada. Desta forma os que não suportam tanto risco migram para a renda fixa, tal como acontece com as bolsas.


“A criptomoeda tem problemas suficientes. Ela não precisa do macro (subida dos juros)”, disse Noelle Acheson, chefe de insights de mercado do credor de criptomoedas Genesis Global Trading, em referência ao aumento das taxas de juros e preocupações com a inflação.


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