O que o presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, antecipou à coluna em janeiro se confirmou: a empresa santista terminou 2023 no vermelho.O prejuízo foi de R$ 47,481 milhões, ante R$ 13,978 milhões em 2022.
O saldo negativo decorreu de juros, multas e correção monetária sobre dívidas. Primeiro, um débito com a Receita Federal não atualizado desde 2011 acresceu R$ 18 milhões à dívida. Depois, tributos sobre um refinanciamento com a Receita, em uma questão judicial na qual a empresa foi vencida, puseram R$ 12 milhões na conta.
Em terceiro lugar, não houve acordo para que a Prodesan desse imóveis à União em troca de outro débito, o que acabou exigindo que se contabilizassem R$ 17 milhões em encargos financeiros à empresa. Esses três elementos correspondem a R$ 48,1 milhões.
Se esses números não tivessem de entrar nas demonstrações contábeis e no cálculo do prejuízo, teria havido lucro, comenta Gonzalez. A empresa acumula saldos negativos de R$ 416,592 milhões.
Fluxo de caixa
Os dados e declarações do presidente da Prodesan constam no Relatório da Administração sobre as contas do ano passado, publicado na edição de ontem do Diário Oficial do Município. A receita bruta com operações subiu 19,8%. “Os recursos financeiros advindos de suas atividades operacionais possibilitaram a manutenção de um fluxo de caixa equilibrado”, escreveu.
Duas possibilidades
O presidente espera que duas situações ocorridas em 2023 levem, “em futuro próximo”, a “ganhos significativos para a empresa”: uma sentença contrária à cobrança de Pasep e Cofins sobre valores creditados pela Prefeitura à Prodesan, e um novo parcelamento do saldo devedor de um termo firmado em 2001 e de uma infração relativa a Imposto de Renda e CSLL em 2009.
Em memória
A pedido do vereador Rui De Rosis (PL), a Câmara de Santos suspendeu a sessão de ontem em memória do ex-vereador Jorge Vieira da Silva Filho, o Carabina — que morreu na terça-feira, deixou seis filhos e teve outros dois, falecidos.
Admiração
Enquanto se debatia a questão, o vereador Ademir Pestana (PSDB) iniciou um raciocínio, afirmando que o presidente, o também tucano Carlos Teixeira Filho, “tem presidido esse plenário duma forma muito diferente, com muita capacidade. Por isso, até aumentou minha admiração (a Teixeira) como vereador”.
Remanescentes
Rindo, Teixeira brincou: “Por isso que o senhor permaneceu comigo, solidário, abraçados, no PSDB?”. E Pestana: “Estamos juntos lá”. Eles são os nomes da sigla na Câmara.
PSD: governista
“Tanto o partido quanto o deputado vão apoiar a candidatura do Governo”. Assim afirma a assessoria do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (foto), coordenador regional do PSD, que ontem esteve na Câmara de Santos para reunião com o líder governista na Casa, vereador Adilson Júnior (PP).
Não é preciso
Até então, o PSD nacional declarava que o apoio do partido a uma pré-candidatura governista só ocorreria se o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) disputasse a Prefeitura. Agora, não é mais uma condição. “A orientação que nos foi dada foi essa”, disse Corrêa, pela assessoria.
Plano descartado
O vice-governador Felicio Ramuth (PSD) havia proposto a Barbosa que trocasse de partido e concorresse a prefeito. Se vencesse, abriria vaga a um suplente de São José dos Campos, reduto eleitoral do vice. Mas esse suplente trocou de partido e deve tentar a Prefeitura. E Barbosa permanece no PSDB.
Todos na base
O governismo do PSD ganha sentido à medida que ex-secretários municipais — um deles, a vice-prefeita Renata Bravo — se mudaram para o partido ou nele ficaram.
“Não ficou definida e pacificada essa votação. (...) É importante se definir os limites da participação dos militares ou não nos pleitos eleitorais”
Otto Alencar (PSD-BA), senador, após acordo no qual a chamada PEC dos Militares será alvo de uma sessão temática no próximo dia 25.