Melatonina: ajuda (indireta) para o sono

Uso dessa e de qualquer outra substância depende de acompanhamento médico, para que suplementação não seja prejudicial

Por: Sandro Thadeu  -  11/12/21  -  15:18
O uso dessa e de qualquer outra substância depende de acompanhamento médico, para que suplementação não seja prejudicial
O uso dessa e de qualquer outra substância depende de acompanhamento médico, para que suplementação não seja prejudicial   Foto: Adobe Stock

Ter uma boa noite de sono é essencial para a qualidade de vida. No entanto, muitas pessoas sofrem de insônia e de outros distúrbios que as impedem de descansar. Por esse motivo, medicamentos são um caminho adotado para resolver esses problemas, mas exige cautela e orientação de profissionais de saúde.


Uma substância tem sido muito usada por pacientes que possuem dificuldades para dormir. Por esse motivo, ela passou a ser chamada de hormônio do sono. Porém, os especialistas ouvidos por A Tribuna entendem que essa classificação é um equívoco, pois pode passar uma ideia enganosa ao público — de que a insônia está relacionada à falta dela, a melatonina.


Também há a preocupação de que esse tipo de mensagem equivocada possa incentivar a automedicação, pois, em outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a comercialização desse produto como suplemento alimentar em drogarias.


Conforme o pneumologista do Centro de Medicina do Sono do Hospital do Coração (HCor), Pedro Genta, a melatonina já é utilizada no Brasil há tempos e vendida em farmácias de manipulação. Alguns a traziam do exterior. O especialista alerta que esse hormônio não pode ser utilizado de forma indiscriminada.


“Essa substância não é indicada, em geral, para o tratamento de pessoas que têm dificuldade de dormir, mas ela pode ser utilizada para patologias bem específicas do sono que são incomuns”, disse.


Na avaliação da professora do programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e do curso de Farmácia da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Elaine Cristina Marqueze, o mais correto seria chamar a melatonina de “hormônio da noite”, porque é quando sua secreção ocorre. O problema é que, no mundo moderno, as pessoas estão muito expostas à luz nesse período.


“Muitas pessoas usam esse hormônio, que tem um efeito hipnótico, mas fazem isso com a presença da luz artificial, principalmente de espectro azul, que é a que mais inibe a produção da melatonina. Ou seja, não traz efeito nenhum ao organismo”, destacou.


A docente explicou que a melatonina é responsável por inúmeros processos fisiológicos e também é fabricada pelo organismo, com um papel microbiótico importante. Por isso, Elaine afirma que o uso dessa substância deve ser feito apenas sob recomendação de um profissional da saúde.


“Há pessoas que são mais sensíveis a esse hormônio. Se o indivíduo tomar uma dosagem além do que precisaria, ele pode acordar no dia seguinte extremamente letárgico, sonolento e com dificuldade de executar as atividades do dia a dia. Muitas vezes, não é necessária essa suplementação”, destacou.


Clique aqui para entender melhor sobre a melatonina.


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