Dia do Médico: pediatra de Santos é referência há 50 anos no litoral de SP

Com 76 anos, doutor Valter Rollemberg Leite tem cinco décadas dedicadas a medicina

Por: Maurício Martins  -  18/10/21  -  10:49
 Valter Rollemberg Leite com a mulher, Emília: o mesmo amor que dedica à família, passa aos pacientes
Valter Rollemberg Leite com a mulher, Emília: o mesmo amor que dedica à família, passa aos pacientes   Foto: Arquivo Pessoal

Naquele ano de 1951, Valter Rollemberg Leite era apenas uma criança quando viu a tia, grávida, ser examinada em casa por um médico. A cena jamais saiu da cabeça dele. “Era o doutor Ribeiro Gomes, ajoelhado, como em posição de prece, para examinar melhor. Um homem alto, com toda a estatura moral, se doando à paciente. Isso mexeu comigo, eu queria ser como ele. Aquilo me inspirou”.


O tempo passou e a certeza aumentou, até entrar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e se tornar médico, em 1970. Formado, ficou cinco anos fora do Brasil. Fez pós-graduação nos Estados Unidos e especialização no Canadá. Voltou pediatra e deu plantões nos hospitais Infantil Gonzaga e dos Estivadores. Em 1979, inaugurou seu primeiro consultório em Santos.


Jamais parar
Hoje, com mais de cinco décadas na profissão e 76 anos de idade, parar de atender pacientes não está nos planos do doutor Valter.

“Vou fazer 51 anos de profissão. Eu já poderia ter fechado o consultório, mas não posso jogar fora o conhecimento. A gente vai renovando, se aperfeiçoando. O médico funciona como um professor, não basta dar um remédio, fazer uma receita. Enquanto eu tiver saúde física e mental, continuarei”.


Relacionamento
O pediatra explica que conversar e examinar o paciente é fundamental, transmitindo a segurança da “mão firme, mas terna, suave”.

Na sala dele, a disposição dos móveis é feita de maneira que não fique uma mesa interposta entre médico e paciente.


“Essa parte do relacionamento é importante. Recentemente eu atendi uma mãe que levou lá o seu nenezinho. Ela foi minha cliente quando era pequena. É uma satisfação muito grande você ter a oportunidade de ver que aquela criança que você atendeu, tratou quando pequenininha, cresceu, virou adulta. E você participou daquela vivência”.


Valter diz ser realizado na profissão e que não há nada que pague o sorriso de uma criança ao final da consulta.

“Imagina : eu estou sentado na minha cadeira, após o atendimento, e a criança de 4 anos pergunta para o pai se pode dar um beijinho no tio. Se dirige a mim e levanta o rosto. Você consegue conceber um elogio maior? Aquilo mexe com a gente, sentimos isso na alma”.


Toca na alma - “Imagina eu sentado na minha cadeira, após o atendimento, e a criança de 4 anos pergunta para o pai se pode dar beijinho no tio. Se dirige a mim e levanta o rosto. Você consegue conceber um elogio maior? Aquilo mexe com a gente, sentimos isso na alma” - Valter Rollemberg Leite, médico pediatra



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