Ar seco aumenta o risco de alergia nos olhos, diz oftalmologista

Baixa umidade relativa do ar, como as registradas nas cidades da região, afeta ainda garganta e nariz

Por: Por ATribuna.com.br  -  17/09/20  -  23:04
Hábitos simples, como coçar os olhos, mexer no nariz e levar as mãos à boca exigem cuidado
Hábitos simples, como coçar os olhos, mexer no nariz e levar as mãos à boca exigem cuidado   Foto: Adobe Stock

A estiagem do começo da semana e os dias finais de inverno reduziram a umidade relativa do ar nas cidades da Baixada Santista. Apesar de a situação local estar um pouco acima da marca de alerta, conforme parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), o organismo humano pode sentir os efeitos do ar seco. Os olhos, gargantes e nariz são os mais afetadas com o fenômeno climático.


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Conforme a OMS, nível acima de 60% de umidade relativa do ar é considerada segura para prática de esportes ao ar livre. Na terça-feira (15), Santos registrou a marca de 59%, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A breve precipitação dessa quinta-feira (17) fez com que o indicador subisse para 70%.


Apesar de a marca estar na margem de segurança conforme preconizado pela OMS, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto explica que os olhos, garganta e nariz podem sentir os efeitos do ar seco. Além da falta de lubrificação das mucosas, ele afirma que esse líquido é essencial no metabolismo por transportar nutrientes e eliminar toxinas.


Queiroz Neto diz que, com o período de estiagem, dobra o número de pessoas com vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. “É a síndrome do olho seco decorrente da maior evaporação da camada aquosa do filme lacrimal que tem a função de proteger a superfície ocular das agressões externas”, salienta.


Segundo ele, a redução da lágrima aumenta o risco de alergia nos olhos, principalmente entre pessoas que já sofrem com outras doenças alérgicas como asma. “A falta de lágrima também pode facilitara inflamação da córnea, ceratite, bem como contrair conjuntivite, inflamação da conjuntiva por vírus ou bactéria”.


Grupos de risco


Mulheres na menopausa, idosos, quem trabalha muitas horas no computador, portadores de doenças autoimunes, quem usa lente de contato ou medicamentos controlados (como antialérgico, antidepressivo e diurético) são mais propensos à síndrome, salienta o especialista.


Tratamento


Queiroz Neto aconselha a não usar colírio lubrificante sem orientação médica. Isso porque, dependendo do produto, pode desenvolver conjuntivite ou ceratite.


Outro erro comum cometido pela população é pingar soro fisiológico nos olhos para diminuir o ressecamento, comenta. “O sal do soro aumenta a irritação. Além disso, a solução não contém conservante e depois de aberta se transforma em campo fértil para o crescimento de bactérias e fungos que contaminam a córnea e conjuntiva”, alerta.


O tratamento mais avançado para olho seco, observa, é a aplicação de luz pulsada que estimula a produção da camada lipídica. É indicado quando no exame do filme lacrimal é diagnosticada esta deficiência. Com apenas quatro sessões o tratamento é finalizado, comenta.


Dicas de prevenção


- Beber água com frequência


- Incluir na alimentação de ômega 3 encontrado em nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha, mais as frutas verduras e legumes ricos em vitamina A e E que protegem os olhos


- Colocar vasilhas com água nos ambientes


- Evitar ambientes com ar condicionado


- Manter os ambientes livres de poeira


- Desviar os olhos da tela do monitor por 5 a 10 minutos a cada hora.


- Piscar voluntariamente quando usar o computador.


- Proteger os olhos com óculos apropriados nas atividades externas.


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