Acompanhe a cobertura e a transmissão dos desfiles do Carnaval de Santos

A Tribuna e a TV Tribuna trazem para você todos os detalhes da primeira noite de folia

Por: Izabelly Fernandes  -  02/02/24  -  21:51
Atualizado em 03/02/24 - 05:20
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A corte carnavalesca abriu oficialmente a primeira noite de desfiles
A corte carnavalesca abriu oficialmente a primeira noite de desfiles   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A primeira noite de desfiles do Carnaval de Santos 2024 foi nesta sexta-feira (2). Entraram na avenida três escolas do Grupo de Acesso e outras quatro, do Grupo Especial. Confira tudo o que rolou na Passarela Dráuzio da Cruz, no bairro Castelo, na Zona Noroeste.


Às 21 horas, a corte carnavalesca abriu oficialmente os desfiles. Na sequência, começaram as apresentações das escolas do Grupo de Acesso. Mais tarde, por volta da meia-noite, entraram em cena as agremiações do Grupo Especial – você pode conferir a transmissão dos desfiles dessas escolas no player, no início da matéria.


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Confira, a seguir, os detalhes dos desfiles de cada agremiação santista.


GRUPO DE ACESSO


Padre Paulo


  Foto: Izabelly Fernandes/AT

A escola abriu a primeira noite de desfiles do Carnaval 2024 na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz. Com o enredo Maracatu - Resistência e Manifestação, a agremiação teve o objetivo de evidenciar uma das mais importantes manifestações culturais brasileiras, contando a história do maracatu.


Com 753 componentes, 12 alas, um carro alegórico e um quadripé, a Padre Paulo trouxe para a avenida uma narrativa que explorou desde as origens do maracatu em Pernambuco, combinando tradições africanas, portuguesas e indígenas, até seu histórico de resistência ao representar as lutas do povo e sua grandiosidade cultural, religiosa e ancestral. A composição do samba-enredo é de Sandro Simões, Hermes Sobral, Rogério Ximú, Pablo do Cavaco, Lello Garoto, Caraúba, Oswaldo da Areia e Toninho 44. Na passarela, o samba-enredo foi interpretado por Gustavo Vasconcelos.


Fundada no bairro Estuário, em Santos, em 27 de agosto de 1974, a escola já foi sete vezes campeã do Grupo Especial nos anos de 1980, 1982, 1984, 1997, 2000, 2006 e 2010, e uma vez do Grupo de Acesso, em 1991.


Bandeirantes do Saboó


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A segunda escola a desfilar foi a Bandeirantes, que com o enredo “Uma Doce Magia”, proporcionou uma viagem lúdica pelo saboroso mundo dos doces, comparando o trabalho artesanal de cozinheiros e confeiteiros ao dos grandes alquimistas de outrora, em busca de suas fórmulas e "receitas" perfeitas.


A agremiação entrou na passarela com muita doçura, magia e 700 componentes com fantasias que abusaram do candy color, 10 alas e dois carros alegóricos. Com todos esses detalhes a escola deu vida a iguarias como bombons, pirulitos e brigadeiros, transformando-as em personagens do seu próprio desfile, com leveza e irreverência. Os compositores Ademarzinho do Cavaco, Mitch, Sandro Simões e Toninho 44 foram os responsáveis pela criação do samba-enredo que foi interpretado no desfile por Agnaldo Amaral e Primo do Pandeiro e contagiou o público e os levou a imaginação dos mais doces sabores.


A Bandeirantes foi fundada em 1 de maio de 1996, no bairro Saboó em Santos, a escola foi uma vez campeã do Grupo de Acesso em 2014, e teve a 4ª melhor colocação do Grupo Especial em 2006.


Vila Mathias


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Com muita animação, a Vila Mathias foi a ultima da noite a desfilar pelo Grupo de Acesso. Com o enredo “Exaltando o Reduto de Gente Bamba, a Vila Canta a Faculdade do Samba”, ela homenageou uma das mais tradicionais escolas de samba da Capital, a Barroca Zona Sul, que neste ano completa seu cinquentenário.


Com 600 componentes, 14 alas, dois carros alegóricos e um quadripé. A escola relembrou momentos marcantes da agremiação paulista, desde sua fundação até a ascensão à elite do Carnaval Paulistano, passando pelos grandes enredos, trajetórias de seus baluartes e conquistas. O samba-enredo foi criado por Xuxu do Cavaco, Junior Bicalho e Edirley Fernandes e interpretado por Cipó e Pixulé e a bateria nas cores verde e rosa da agremiação homenageada.


A escola foi criada em 14 de abril de 2008, no bairro Vila Mathias, em Santos, e por duas vezes foi campeã do Grupo de Acesso em 2010 e 2012, e em 2017 foi vice-campeã do Grupo Especial.


GRUPO ESPECIAL


Zona Noroeste


  Foto: Izabelly Fernandes/AT

Com o enredo “Com fé em São Cristovão e nas rodas do meu caminhão, hoje o Galo transporta uma nação”, a atual campeã do Grupo de Acesso, a Unidos da Zona Noroeste abriu o desfile do Grupo Especial de 2024 nesta sexta-feira (2). Homenageando os caminhoneiros, a escola verde, vermelha e branca, desfilou com 1100 componentes, 22 setores, 13 alas, dois carros alegóricos e um quadripé.


“Tivemos uns contratempos, mas no final deu tudo certo. A escola está bonita, e nós viemos para ficar. Estou grato por colocar a escola na avenida em mais um ano. Tivemos dificuldades, mas o resultado está aí, tudo muito bonito e o pessoal está animado”, comentou o presidente João Marcos.


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Interpretado por Ademarzinho do Cavaco e composto por Fernando Negrão, Márcio Arcas, Gustavo Santos, Rafa Neves, Leozinho Nunes, Lúcio Nunes e Toninho 44, o samba-enredo do Galo falou sobre a devoção dos caminhoneiros ao padroeiro São Cristovão. Para completar, a bateria, que estava com fantasias que lembravam o Santo, encantou e contagiou o público.


Com belíssimas fantasias, carros alegóricos cheios de cores e sorrisos dos componentes, o desfile ainda destacou as dificuldades da estrada, as mulheres caminhoneiras, a devoção a Nossa Senhora Aparecida e o retorno dos profissionais à família. Fundada em 5 de junho de 1980, a agremiação do bairro Areia Branca já contabiliza duas vitórias do Grupo de Acesso, sendo a primeira em 1983 e a segunda em 2023.


União Imperial


  Foto: Izabelly Fernandes/AT

A segunda a desfilar na Passarela Dráuzio da Cruz, foi a União Imperial, que trouxe para a avenida o enredo “Azeviche, a ascensão da áurea cor”. A escola contagiou o público assim que colocou os pés na passarela, e com figuras histórias como Pai Felipe, Quitino de Lacerda, Luiz Gama, Esmeraldo Tarquínio, Djamila Ribeiro, Alzira Rufino e outros nomes, explorou a relevância social e étnico-racial da negritude como símbolo do movimento político e libertário em Santos.


O presidente Luiz Alberto Martins, mais conhecido como Pelé, falou sobre a emoção da noite. “A expectativa é muito grande pelo trabalho que a gente fez, o samba da União vai empolgar a galera, com certeza a escola vem muito bonita, cantando. O coração sempre bate mais forte, mas a gente tem que ter equilíbrio para fazer um bom desfile e depois a gente extrapolar”, destacou. Uma das homenageadas da escola, a escritora e feminista Djamila Ribeiro, também participou do desfile.


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Na avenida, a agremiação verde e rosa desfilou com 1.400 componentes, 14 alas, três carros alegóricos e um quadripé. O destaque na avenida também ficou para a madrinha de bateria Scheila Carvalho, que abrilhantou a apresentação junto com a Rainha Najara Camargo, a Princesa Rillare Rodrigues e o Rei Lelinho Alves. Composto por Gustavo Santos, Fernando Negrão, Joãozinho, Ademarzinho do Cavaco, Rodrigo Correia, Lúcio Nunes, Nikinha, Rafa Neves e Toninho 44, o samba-enredo por interpretado por Chitão Martins e Gilsinho, e destacou a resistência, a liberdade e a esperança na igualdade entre os povos e encantou o publico que cantou junto durante todo o desfile.


Com uma apresentação de encher os olhos de quem estava na arquibancada, frisa e camarote, a agremiação fundada no bairro Marapé em 12 de março de 1976, já coleciona dez títulos do Grupo Especial, que foram conquistados nos anos de 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1993, 1994, 1997, 2018 e 2019. Em 1980, a agremiação foi campeã do Grupo de Acesso.


X-9


  Foto: Izabelly Fernandes/AT

A X-9 foi a terceira escola do Grupo Especial a entrar na Passarela do Samba. Neste ano, a agremiação escolheu a favela no foco para o desfile, com o enredo “Meu nome é Favela”. A escola verde, vermelha e branca, teve a ideia de abordar a resistência dessas comunidades à indiferença e à desigualdade, exaltando sua garra e a beleza da mistura de cores, culturas, talentos e diversidade.


No entanto, a X-9 teve um imprevisto para entrar na avenida. Isso porque uma parte do carro Abre-alas teve um problema com o eixo, e não entrou. A escola acabou iniciando com cerca de 15 minutos de atraso. Apesar disso, as expressões dos mais de 2.300 componentes - que antes tinham preocupação e lágrimas - se transformaram em sorrisos que contagiaram a avenida. Ao final, a X-9 excedeu o tempo em três minutos, e deve perder 1,5 ponto. O último carro também demorou para entrar na avenida, deixando um espaço, e uma pessoa passou mal e precisou ser atendida pelo Samu.


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O carnavalesco Amaury Santos diz ter consciência que o problema do início pode impactar a escola, mas que isso serviu para dar força a todos. “A escola tinha um desfile grandioso e trabalhou pra caramba para isso, mas tivemos um problema e precisamos tirar o começo [parte do carro] do Abre-alas, e a gente vai tomar uma 'pancada', e a gente sabe. Mas, isso serviu para redobrar as nossas forças, e fico feliz em ver a nossa escola bonita do jeito que está” avalia.


A agremiação apresentou 16 alas, três carros alegóricos e um quadripé. O samba-enredo, composto por Alê Lopes, Mitch, Adriano Santos, Ricardinho Novaes, Sérgio Carmo, Edirley Fernandes e Xuxu do Cavano, foi interpretado por Emerson Dias e Bolinha, levando para o desfile o povo lutador, o imigrante nordestino, a comunidade, e a voz dos becos e vielas. Fundada em 1 de maio de 1944, a agremiação do bairro Macuco foi 19 vezes campeã do Grupo Especial, nos anos de 1956,1964,1973,1975,1976,1977,1978,1979,1981,1983,1990, 1995,1996,1998, 2008, 2011, 2012, 2015 e 2017.


Real Mocidade


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Quem encerrou a primeira noite de desfiles foi a escola Real Mocidade Santista. Fazendo uma homenagem à cantora Elba Ramalho, a animação no enredo “Oxente, Real Mocidade Santista! Elba, a sua história se faz história. Ai que saudade d’ocê!”, encantou toda a Passarela do Samba. A agremiação optou for fugir dos temas religiosos neste ano, e homenagear a cantora por meio de suas músicas, que foram representadas em cada setor.


Até o último minuto, a expectativa era que a cantora estivesse presente, o que não aconteceu. Apesar disso, o presidente Edson Ferreira, o Edinho, falou sobre o orgulho da escola: “A nossa perspectiva era fazer um grande desfile, pela nossa comissão de frente, pelos carros alegóricos. Hoje viemos para brigar entre as quatro primeiras. É muito sacrifício colocar uma escola na avenida, ainda mais para nós que não temos quadra e ensaiamos na rua, mas tenho muito orgulho do ótimo trabalho que realizamos para estarmos aqui hoje”, revela


  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A escola entrou com 1.200 componentes, 13 alas e três carros alegóricos. Com o samba-enredo composto por Fernando Negrão, Gustavo Santos, Ademarzinho do Cavaco, Rafa Neves e Márcio Arcas e interpretado por Chrystian Santos, a agremiação destacou diversas canções famosas da cantora nordestina.


Apesar do belíssimo desfile, a Real Mocidade teve um problema com o último carro, fazendo com que os compartimentos tivessem que ser desacoplados para que ele pudesse entrar na passarela. Por conta disso, a ala dos amigos do presidente, que costuma fechar o desfile, teve que ser adiantada e entrar antes do último carro, já que um buraco já havia se formado na avenida. A escola azul, verde e branca, foi fundada no bairro Marapé em 26 de janeiro de 1985. Desde então conquistou duas vezes o título de campeã do Grupo de Acesso, em 1994 e 2017.


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