Saiba como cuidar do seu pet durante as festas de fim de ano

As festas de fim de ano não são apenas momentos agitados para os seres humanos, mas também para os pets. Cães e gatos são expostos a situações complicadas, como temporada em hotel, viagens e até mesmo o encontro com novas pessoas - que causa uma mudança na rotina e pode levar a situações estressantes.

"Vou viajar e não sei o que fazer com o meu cão ou gato". Essa questão é uma das mais debatidas por donos de animais de estimação, principalmente nas vésperas das festas de fim de ano. Em conversa com A Tribuna On-line, a médica veterinária Alessandra Silva Gonçalves e a tratadora de cães e gatos Mafalda Nejar deram dicas aos donos de pets.

Fique atento aos sintomas de estresse

Segundo a veterinária, qualquer desvio de comportamento do animal pode ser uma indicação de estresse, tais como: falta de apetite, diminuição da interação com seus tutores e distúrbios gastrointestinais, como vômitos e/ou diarreia. Um agravante para esse período são as altas temperaturas, que aumentam demais esses problemas citados, pois os animais, assim como nós, sofrem com o calor.

Muitos cães apresentam fobias graves contra ruídos altos e fogos de artifício. Animais que ficam em quintais, por medo do barulho, às vezes sofrem acidentes gravíssimos, tentam pular janelas para se esconder e acabam se cortando, tudo isso por puro medo, pânico.

Confira as dicas da médica-veterinária:

1. Os tutores podem minimizar o estresse de seus pets fornecendo um ambiente de vida estável e evitando interações e experiências desagradáveis. Antes das festas, os tutores devem considerar formas de evitar situações potencialmente perigosas.

2. Tomar cuidado no entra e sai de visitas, que acabam esquecendo o portão ou porta aberta. Muitos cães e gatos escapam e acabam sendo atropelados. Nesse caso, o ideal é, se for um cão ou gato de apartamento, mantê-lo em um cômodo da casa, mais reservado, com uma música tranquila tocando, refrigerado, com água e comida, pois isso abafa também o som dos fogos de artifício, dando tranquilidade ao pet.

3. No caso de hotéis, primeiramente escolher muito bem o local, saber se é de confiança - ter boas referências é imprescindível -, pois é muito comum acontecerem acidentes, brigas, mordeduras de outros animais, fugas e até óbitos devido a alguma intercorrência, e dar preferência a locais monitorados por câmeras, onde o tutor monitora tudo por internet.

4. Para a espécie felina, no caso de viagem dos tutores, é sempre indicado que o gato permaneça na casa, pois eles odeiam mudanças. Felinos são metódicos, e tudo que fuja da rotina causa estresse. Vale a pena investir em um cuidador de confiança, que vá diariamente à residência onde o gato se encontra, mantendo as caixas de areia limpas, água fresca e a alimentação do gatinho. Gatos odeiam sair de suas casas, podem parar de comer, beber, ficando depressivos, somado à saudade que sente de seus tutores.

5. A posse de um bichinho de estimação envolve muita responsabilidade, pois eles dependem exclusivamente do tutor. Diante de qualquer alteração no quadro clínico ou comportamental do pet, é importante entrar em contato com o médico-veterinário, principalmente no caso de pacientes que já tenham doenças crônicas, como os cardíacos, hipertensos e convulsivos. O estresse provocado pelos fogos de artifício pode piorar ainda mais a saúde do animalzinho.

Tratadora de cães e gatos há mais de 20 anos, Mafalda Nejar comentou sobre a importância da rotina e a permanência dos pets em casa na ausência do dono.

“Cada cachorro ou gato deve ficar no seu próprio canto [casa], seguindo a rotina diária de alimentação, com um acréscimo no número de potes de água por conta do calor. Ele vai sentir falta do dono, mas não terá a sensação de abandono, porque sabe que o seu tutor vai voltar, é a casa dele. Infelizmente, não podemos fazer com que as pessoas parem com os fogos [durante as festas de fim de ano]. Então, o melhor é prevenir. Se possível, deixar a TV ou o rádio tocando música durante o dia para passar a sensação de presença para o animal. É importante, também, manter janelas fechadas, principalmente em apartamentos, por conta do risco do pet se assustar com o barulho”, disse.

“É importante que os donos de pets procurem pessoas de confiança para cuidarem de seus animais de estimação [caso forem viajar], não necessariamente um profissional, mas um parente ou vizinho de confiança que goste de animais. Se, por acaso, optar por um profissional, pesquise sobre ele e busque o mais capacitado. O interessante é deixar seu pet com alguém que trabalhe com uma linha de amor e preocupação com ele. A minha linha de trabalho é essa. Eu tomo conta de cada um deles nas suas respectivas casas. Quando o dono chega, o animal está ótimo e bem alimentado, com saúde e brincando normalmente”, completou.