Projeto do arcabouço fiscal pode ser enviado ao Congresso só na semana que vem, diz Haddad

Ele garantiu que a proposta chegará aos parlamentares junto com medidas para a recuperação das receitas federais

Por: Estadão Conteúdo  -  03/04/23  -  17:03
Haddad diz que projeto do arcabouço pode ser enviado ao Congresso só na semana que vem
Haddad diz que projeto do arcabouço pode ser enviado ao Congresso só na semana que vem   Foto: Yuri Marakami/Estadão Conteúdo

Apesar de as equipes técnicas dos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento e Casa Civil terem trabalhado durante todo o fim de semana na formatação do texto final da proposta de novo arcabouço fiscal, o ministro Fernando Haddad admitiu nesta segunda-feira (3) que o projeto pode ser enviado ao Congresso apenas na próxima semana. Ele garantiu que a proposta chegará aos parlamentares junto com medidas para a recuperação das receitas federais.


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"As equipes estão por conta disso desde sexta-feira, 31, trabalharam no fim de semana. Como não tem sessão do Congresso nessa semana, vão aproveitar esses dias para calibrar a proposta Se ficar pronto antes, enviamos até quarta-feira. Se não, mandamos na segunda-feira da semana que vem", afirmou Haddad, ao chegar ao edifício da pasta.


O ministro respondeu que as propostas de medidas para elevar a arrecadação estão na mesma situação do arcabouço, ou seja, ainda sendo redigidas pelas equipes técnicas. "Elas vão juntas, ou com um dia de diferença. O arcabouço vai junto com as medidas de recuperação da base fiscal. Quando forem para o Congresso nós vamos explicar para vocês", completou.


Discussão sobre o tema com Campos Neto

Após reclamar bastante nas últimas semanas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a Selic pela quinta reunião seguida em 13,75% ao ano, o ministro da Fazenda disse nesta segunda que irá tratar de "muitos assuntos" ainda nesta data com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, incluindo a proposta de novo arcabouço fiscal.


A reunião entre eles ocorre às 17 horas no gabinete de Haddad.


"Vamos discutir tecnicamente as alternativas que nós temos para fazer a economia crescer sem inflação e gerando emprego e distribuição de renda. Esse é o objetivo da Fazenda", comentou.


Na semana passada, durante a entrevista coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), Campos Neto sinalizou estar "escanteado" nas discussões com a equipe econômica. Segundo ele, o governo não o procurou para debater as indicações de dois novos diretores do BC, de Fiscalização e Política Monetária. Tampouco havia chegado ao presidente da autoridade monetária informações mais precisas sobre o novo arcabouço fiscal, apenas um primeiro esboço sem os parâmetros anunciados por Haddad na mesma quinta-feira (29).


Comércio eletrônico

O ministro da Fazenda disse que o governo calcula perdas de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões com o chamado "contrabando" digital de produtos que vêm da Ásia. "O problema é o contrabando. O comércio eletrônico faz bem para o País, estimula a concorrência O que temos que coibir é o contrabando que está prejudicando muito as empresas brasileiras que pagam impostos", afirmou.


Questionado se os alvos do governo são as chinesas Shopee e a Shein, Haddad respondeu que o foco não são empresas específicas, mas, sim, operações que burlam a cobrança de tributos. "Não existe taxar uma empresa, existe coibir o contrabando. Todas as empresas podem operar no Brasil. O que não podem é fazer concorrência desleal com quem paga imposto aqui", acrescentou. "A Shein é contrabandista? Não sei. Não sei quem são os contrabandistas. Mas quem paga imposto está reclamando de quem não paga, é natural", completou.


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