O papa Francisco fez sua primeira viagem ao Panamá nesta quarta-feira (23), para uma reunião com mais de 150 mil jovens católicos de todo o mundo na Jornada Mundial da Juventude.
O papa de 82 anos usará um dos principais eventos do calendário católico para abordar temas como pobreza, corrupção e migração na América Latina, região onde nasceu, informaram autoridades da Igreja.
“Nossa juventude, especialmente na América Central, precisa de oportunidades”, disse o arcebispo panamenho José Domingo Ulloa. Frequentemente, sua “dura realidade” os faz escolher entre migrar ou “cair nas garras dos narcotraficantes”, disse Ulloa, em Roma, durante uma visita preparatória.
Esta será a terceira JMJ de Francisco, que presidiu uma em 2013, logo após ser escolhido papa, no Rio de Janeiro, e outra em Cracóvia, na Polônia, em 2016. Nesta última, desafiou os governos conservadores da Europa Central e Oriental a diminuir a sua resistência aos migrantes que buscam refúgio dos conflitos no Oriente Médio.
Voz para os migrantes
De maneira semelhante, o papa é aguardado no Panamá para abordar a questão dos imigrantes de El Salvador, Nicarágua e Honduras, que compõem a maioria dos que viajam em caravanas até a fronteira dos Estados Unidos, apesar da oposição do presidente Donald Trump e da direita americana.
“Muitos dos jovens que participam da JMJ são imigrantes”, declarou o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti.
Milhares de centro-americanos atravessam a fronteira para o México a cada ano, indo ao Norte em busca de uma vida melhor. Outros milhões fogem do colapso econômico e da repressão política na Venezuela, sobrecarregando os serviços sociais nos países vizinhos.