Manifestantes vão às ruas de capitais do país em protesto contra o governo Bolsonaro

Os atos dão continuidade ao movimento que levou milhares de pessoas às ruas no último dia 29

Por: Estadão Conteúdo  -  19/06/21  -  12:07
 Ato contra o governo de Jair Bolsonaro acontece em todo o país nesta sábado (19)
Ato contra o governo de Jair Bolsonaro acontece em todo o país nesta sábado (19)   Foto: Erbs Jr./Framephoto/Estadão Conteúdo

Com o Brasil próximo de atingir a marca de 500 mil mortos pela covid-19, acontecem manifestações de rua contra o governo de Jair Bolsonaro neste sábado (19) em capitais e centenas de cidades pelo País. Os atos dão continuidade ao movimento que levou milhares às ruas no último dia 29, e iniciou uma nova fase de mobilização de movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de oposição.


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Com pró-bolsonaristas saindo a público para demonstrar apoio ao chefe do Executivo, organizações contrárias a Bolsonaro optaram por retomar a cartilha de protestos de ruas, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Entre as bandeiras das manifestações estão o pedido de impeachment de Bolsonaro, extensão do auxílio emergencial de R$ 600, vacinação em massa contra a covid-19 e críticas à política ambiental da administração atual.


A aposta, embora pregue o "protesto seguro", divide a oposição ao presidente da República. Nem todos os movimentos contra Bolsonaro embarcaram na ideia, que pode gerar grandes aglomerações pelo País, na direção oposta do que orienta a ciência no enfrentamento ao novo coronavírus. Por outro lado, para este sábado, o PT aderiu oficialmente às manifestações, o que deve resultar em atos de caráter mais partidário e pró-Lula. O PSol também tem reforçado nas redes o apelo pela ida às ruas.


As manifestações devem atrair o dobro do número de participantes registrado no último dia 29 de maio, quando 500 mil pessoas foram às ruas para pedir o impeachment de Bolsonaro e mais vacinas contra a covid-19. Esta é a estimativa de um dos organizadores do movimento, o consultor em Saúde Pública e Meio Ambiente Roberto Ferdinand, que é integrante da coordenação nacional e internacional da Marcha Mundial do Clima.


"Talvez o medo do coronavírus coíba a ida das pessoas, mas é só por causa disso, pois a grande maioria da sociedade já está contra Bolsonaro", disse Ferdinand. "Podemos chegar a 1 milhão de pessoas, mesmo com o receio da covid-19. Estamos orientando uso de máscara triplo com filtro ou N95, distanciamento e que cada um leve seu álcool gel individual".


Ferdinand afirma que a "Campanha Fora, Bolsonaro" vai mobilizar pessoas de pelo menos 320 cidades do Brasil, além de vários outros pontos no exterior. Também em Brasília, a expectativa é dobrar o número do público. No último protesto, mais de 2 mil carros e 30 mil pessoas compareceram aos atos contra Bolsonaro na capital federal. Mais ou menos 200 movimentos sociais integram o protesto, segundo Ferdinand, incluindo, além da Marcha Mundial do Clima, a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Frente pela Vida, oito centrais sindicais e igrejas, tanto católica quanto algumas denominações evangélicas.


"Vamos para a rua gritar 'Fora, Bolsonaro', 'Comida no Prato e Vacina no Braço', 'Tire o presidente, mas não tire a máscara' e, muito importante, pelo fim da destruição ambiental e dos povos indígenas", disse o consultor. "Assim como Bolsonaro faz na pandemia, com declarações contra a máscara, ele faz no meio ambiente. O discurso dele destrói. Não conseguiu mudar a lei, mas no discurso destrói o meio ambiente, porque passa a ideia de que isso não é importante e incentiva desmatadores".


Assim como no último dia 29, protestos contra o presidente também estão programados para ocorrer no exterior. Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes já se reuniram. Segundo informou a agência de notícias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles pediram mais vacinas e o impeachment de Bolsonaro, além de denunciarem a violência contra os povos indígenas. Durante o ato em Berlim, cruzes no chão lembraram os quase 500 mil mortos pela covid-19 no Brasil. As vítimas do massacre do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, também foram lembradas.


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