Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Mônica Salgado fez MBA em Marketing e entrou na revista Vogue em 2007, como editora de projetos especiais. Depois de dois anos, foi promovida a redatora-chefe e, em 2012, partiu para a Glamour, onde atuou por cinco anos como diretora. Mônica sabe tudo de moda, é muito bem relacionada e largou a vida pautada no jornalismo impresso em busca de desafios. Deu certo! Hoje, aos 39 anos, ela conquistou mais de 340 mil seguidores no Instagram, teve uma passagem pela TV Globo e faz muitas palestras pelo Brasil afora reunindo uma legião de fãs.
Valeu a pena o desafio de largar a sua carreira consolidada como diretora da revista Glamour e seguir sua vida como influenciadora digital e palestrante?
É sempre um desafio, porque desenvolvi um mindset (padrão mental) para trabalhar em equipe. Todo o meu processo criativo foi sempre coletivo. Mas também foi o encerramento de um ciclo positivo. Fiquei cinco anos na Glamour, peguei o auge das revistas. Chegamos a vender 200 mil exemplares. Mas comecei a sentir que o mercado estava tomando um outro rumo. A indústria se modificou velozmente. Tenho a sensação de que, em cinco anos, realizei absolutamente tudo o que eu queria à frente da revista. Viabilizei todas as ações que planejei e testei várias formas de fazer marketing. Ainda tivemos a vantagem de nascer multimídia, porque já tínhamos Instagram, Twitter e Facebook. Foi o primeiro título impresso nacional a começar dessa forma.
Acho que conseguimos quebrar várias barreiras interessantes. Transformamos a nossa equipe em influencers dentro das suas áreas de atuação. E isso foi algo bastante novo e desafiador. As pessoas não acreditavam nesse formato, achavam que comprometia a imparcialidade jornalística... Depois, saí por opção e fui para o mercado de palestras. Fiz muitas delas por todo o Brasil durante os dois últimos anos. Falei da minha trajetória e de como as redes sociais transformaram a moda e o mundo, tanto para o público em geral quanto para lojistas e franqueados de grandes marcas.
Como foi a experiência na TV à frente do quadro Selfie da Verdade, no Vídeo Show?
O trabalho no Vídeo Show foi algo que eu cavei, fui lá, ofereci e o projeto acabou sendo aprovado depois de alguns pilotos. Fiquei um ano e nove meses na TV Globo. Foi algo bem gostoso, leve e divertido. No quadro, conheci pessoas interessantes. Respirar aquele universo da tevê foi um aprendizado diário.
Fale um pouco sobre seus momentos de lazer, seus hobbies?
Hoje em dia, é tão difícil a gente manter isso. Mas, com a correria da vida, um dos meus hobbies é conseguir ficar em casa com a família e viver um pouco para dentro. A gente acaba vivendo muito para fora. É bom estar com as pessoas que conhecem de verdade nossos defeitos e qualidades, onde podemos ser quem somos de fato. Isso é algo libertador e que descansa a alma. Mas gosto muito de fazer ginástica, me exercito praticamente todos os dias.
Também sou apreciadora de um bom vinho. Amo ainda ler e escrever. Estou sempre com um livro debaixo do braço e viajo bastante em família. Os destinos agora acabam sendo pautados pelo meu filho, que está com 8 anos. Ah, e tenho aulas de bateria, que são minha terapia. Amo ouvir música no último volume, tocar, exercitar a concentração e o foco para não perder o ritmo.
Falando em terapia, você faz?
Vou ao psiquiatra. Comecei na época da Glamour, fase em que passei momentos bem difíceis, de muita dedicação ao trabalho e de grande pressão. Era uma carga enorme e eu comecei a ficar doente. Foi quando o médico me prescreveu ansiolítico e sigo tomando. Mas é algo que me incomoda profundamente. Quero entrar em um processo para reduzir a medicação até parar.
Qual o espaço na sua agenda que dedica aos cuidados pessoais?
Eu sou muito vaidosa (risos). Faço laser na pele, drenagem, vou ao cabeleireiro com frequência e malho bastante.
Tem algum projeto em andamento?
Tenho dois: um livro de ficção e fazer com que a coluna que escrevo sobre carreira na revista Marie Claire também se transforme em um livro.
Como é a sua vida em família?
Passei muito tempo sem participar do dia a dia do meu filho. Hoje, a vida mudou nesse sentido. A gente se conectou, consigo sentar com ele para fazer tarefas, almoçamos juntos, levo e vou buscar na escola. Que bênção eu poder viver isso, né? E eu e o Afonso (Nigro) estamos juntos há 20 anos. Conseguimos participar de todos os altos e baixos da vida um do outro, acompanhamos os melhores e os piores momentos. Ele me conheceu na faculdade, quando eu estava com 18 anos. Isso gera realmente um laço, uma cumplicidade rara e especial, posso dizer praticamente indestrutível. Mas estamos longe de sermos um casal perfeito! Temos as coisas que irritam um no outro, o que pega forte no relacionamento como todo mundo tem. Mas somos parceiros de vida. Somos sócios nessa jornada.