Ex-jogadores de Santos e Grêmio, Robert e Anderson Lima falam sobre o duelo dos desesperados

Lutando contra o rebaixamento, equipes se enfrentam neste domingo na Vila Belmiro

Por: Bruno Lima  -  10/10/21  -  06:40
Atualizado em 10/10/21 - 07:09
 Jogadores que passaram pelo Peixe e pelo Tricolor conversaram com A Tribuna
Jogadores que passaram pelo Peixe e pelo Tricolor conversaram com A Tribuna   Foto: Reprodução

Com campanhas ruins neste Campeonato Brasileiro, Santos e Grêmio se enfrentam neste domingo (10), às 16 horas, na Vila Belmiro, pela 25ª rodada, desesperados por uma vitória para escapar da temida zona de rebaixamento. Com 25 e 23 pontos, alvinegros e tricolores ocupam a 18ª e 19º colocação da competição, respectivamente. Para entender quem está em situação mais delicada, A Tribuna procurou Robert e Anderson Lima, ex-jogadores das duas equipes.


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Apresentador de um programa esportivo em Mato Grosso do Sul, o ex-meio-campista Robert, que defendeu o Santos entre 1995/1997 e 2000/2002, e o Grêmio entre 1997/1999, afirma que o Alvinegro tem mais razões para estar com medo da queda à Série B.


"Ambos estão em situação delicada. O Grêmio tem um jogo a menos, mas a verdade é que nenhum dos dois times está jogando nada. Principalmente o Grêmio. O Santos, no meu entendimento, tem um dos piores times da sua história. São 11 jogos sem vencer e com alguns jogadores sem render o que podem, outros sem confiança e mais alguns que não têm condições de vestir a camisa do clube", fala o ex-jogador, que foi campeão brasileiro com o Peixe em 2002.


"Acho que o Grêmio tem mais qualidade para sair dessa situação. Tecnicamente, o elenco do Santos é limitado. E o campeonato está entrando num momento em que o Carille vai ter que rodar o elenco, porque não dá mais tempo de insistir em jogador ruim", acrescenta Robert.


Anderson Lima, atualmente treinador, defendeu o Santos entre 1996 e 1999 e o Grêmio entre 2000 e 2003. Para ele, o Tricolor gaúcho se encontra em um momento mais difícil de ser superado.


"O Grêmio, após a saída do Renato Gaúcho, está com muitas dificuldades. E pode ser que demita o Felipão. Então, vejo o Grêmio numa situação mais complicada. Em termos de elenco, é melhor do que o Santos. Porém, taticamente é um time que não se encontra. E num time de futebol o coletivo é fundamental. O Carille, apesar das limitações, tem uma postura mais defensiva e isso pode ajudar o Santos nesse momento", opina Anderson, que está sem clube.


Um dos trunfos do Alvinegro para voltar a vencer depois de 11 partidas é a torcida. Será a primeira vez que o Santos contará com o apoio dos seus torcedores desde o início da pandemia, em março do ano passado. Isso, contudo, na visão de Robert e Anderson, dependendo do comportamento da equipe, pode não ter o efeito esperado.


"Depende dos 15 primeiros minutos de jogo. Se o gol não sair ou se a equipe não estiver atacando, a presença da torcida pode atrapalhar. Quando eu jogava contra o Santos na Vila, pelo Guarani, sempre conversávamos no vestiário sobre segurar ao máximo, porque depois dos 15 minutos a torcida ia começar a cobrar e a bola ia queimar no pé. E incrivelmente isso se confirmava. Agora, se o Santos abrir o placar logo no início, a presença da torcida dá outra cara para o time. E a pressão para o adversário é muito maior", fala Robert.


"A torcida na Vila Belmiro faz do Santos muito forte quando joga a favor. Mas quando joga contra complica demais", comenta Anderson.


Para Robert, caso as coisas demorem para acontecer a favor do Santos, até os jogadores mais experientes sentirão o peso das cobranças e da pressão.


"Se o gol não sair no início, até os mais experientes sentem. E a gente pode ver isso pelo Marinho, que já mostrou qualidade, mas não tem conseguido render. É claro que falta um Kaio Jorge, um Soteldo e um Diego Pituca do lado dele. Na minha opinião, falta qualidade do lado dele", afirma o ex-jogador, que não vê alguns contratados à altura dos atletas vendidos.


"Com todo respeito ao Leo Baptistão, mas o Santos não pode ter um centroavante que nas últimas duas temporadas marcou apenas dois gols. Era muito melhor trazer o artilheiro da Série B, que está com ritmo de jogo e seria mais barato. E tem mais gente. O Vinícius Zanocelo, pelo amor de Deus. Faltou perspicácia pra diretoria", acrescenta Robert.


Por fim, os dois ex-jogadores garantem que a má fase tem atrapalhado claramente o desempenho dos dois times. "Vejo isso pelo Grêmio, que não conseguiu ganhar em casa do Sport e do Cuiabá. E esses resultados abalam muito o elenco", diz Anderson.


"Atrapalha, pesa sim. Emocionalmente atrapalha, porque jogar nesses dois times não é fácil. Tem que ter personalidade. Nas duas vezes em que joguei no Santos passei por cobranças. Em 1995, antes de embalarmos no Campeonato Brasileiro, era torcedor no alambrado segurando a camisa na hora de cobrar o escanteio e avisando que se perdesse a porrada ia cantar. Lembro de uma derrota nossa, na Vila, para o Mogi Mirim, que saímos do estádio depois das duas horas da manhã. Em 2002, no começo do ano, todo jogo entrávamos em campo com as faixas viradas em forma de protesto pela falta de títulos. Se o cara não tem personalidade, sente a pressão e não joga, não tem jeito", fala Robert.


Santos


João Paulo; Vinícius Balieiro, Velázquez e Wagner Leonardo; Marcos Guilherme, Camacho, Zanocelo, Sánchez e Felipe Jonatan; Marinho e Léo Baptistão. Técnico: Fábio Carille


Grêmio


Brenno; Vanderson, Ruan, Kannemann (Rodrigues) e Rafinha; Thiago Santos e Lucas Silva; Douglas Costa, Campaz (Ferreira) e Alisson; Diego Souza (Churín). Técnico: Luiz Felipe Scolari


Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ). Local: Vila Belmiro, em Santos, às 16 horas. Transmissão do Premiere.


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