Os familiares das vítimas do incêndio no CT do Flamengo, que está prestes a completar um ano, falaram sobre a posição do clube em relação aos processos judiciais sobre o caso no programa Encontro, da TV Globo.
Edson, pai do zagueiro Pablo Henrique, um dos garotos que morreram na tragédia, disse estar desiludido com o andamento das indenizações. “Do Flamengo eu não espero mais nada”.
Ele também fez uma crítica relacionando sua dor com o bom momento do clube que ele havia confiado para tomar conta de seu filho. “Eles ganham taça, eu ganho a dor. Eles ganham troféu, eu ganhei um caixão com o meu filho, que eu não pude abrir para dar um beijo nele e me despedir direito".
Edson também disparou contra os mandatários do clube.
“Seu Rodolfo Landim [presidente], seu Rodrigo Dunshee [vice-presidente], seu Marcos Braz [vice de futebol], vocês têm filho? Têm, né? Mas vocês põem a cabeça para dormir num belo travesseiro. Vai completar um ano que eu não durmo se eu não tomar o meu remédio".
Posicionamento do clube
A apresentadora Fátima Bernardes deu a versão dada pelos responsáveis do Flamengo sobre o andamento do caso.
"Sobre as licenças operacionais, eles garantiram que o Ninho do Urubu tem alvará entregue pelos órgãos competentes, e hoje os jovens da categoria de base ficam nos alojamentos que abrigavam os jogadores profissionais, e não mais naqueles alojamentos que estavam instalados em uma área inicialmente prevista para ser um estacionamento", iniciou Fátima.
"Sobre as indenizações das famílias, eles afirmaram que o Flamengo se coloca à disposição para conversar com os envolvidos, dentro do teto estabelecido pelo clube. Os dirigentes também reconhecem que o clube tem responsabilidade como guardião dos adolescentes mortos”.
A apresentadora também informou que, segundo o Flamengo, não está sendo possível manter o contato direto com os parentes dos mortos. "Sobre a queixa das famílias que se sentem desamparadas, que não recebem ligações, a direção do Flamengo disse que tem encontrado dificuldades em falar diretamente com as famílias, porque os advogados não permitem contato direto".
* Com informações do UOL