Pilotos da Baixada Santista superam barreiras e disputam o Brasileiro de kart

Julio Reis e Henrique Manhani vencem deficiências e são atrações na competição em Santa Catarina

Por: Redação  -  25/11/21  -  15:16
Atualizado em 25/11/21 - 15:18
Julio Reis e Henrique Manhani vão participar da 56ª edição do Campeonato Brasileiro
Julio Reis e Henrique Manhani vão participar da 56ª edição do Campeonato Brasileiro   Foto: Divulgação

Disputar o Campeonato Brasileiro de Kart é um sonho prestes a se tornar realidade para dois pilotos da Baixada Santista. Com diferentes desafios a superar, Julio Reis e Henrique Manhani vão participar da 56ª edição, que será disputada entre 6 e 18 de dezembro, no kartódromo Beto Carrero, em Penha (SC).


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Julio, que é de Guarujá, é tem surdez bilateral profunda – não ouve nada desde que nasceu, nem com auxílio de aparelho para surdez –, e tem autismo em grau leve. Além de nada ouvir, Julio tem dificuldades de equilíbrio por conta de falha no labirinto.


Mas esses obstáculos não impediram que o piloto iniciasse no kart em 2000. Em uma época em que ainda não se falava em inclusão social, ele foi um dos inscritos/fundadores do ParaKart, no Kartódromo Almancil, em Portugal, que em 2002 reuniu os primeiros pilotos paraplégicos e deficientes sensoriais em um evento de kart.


O piloto competiu no kartismo nacional por 11 temporadas até chegar à categoria Graduados A em 2010. Foi vice-campeão paulista e paranaense na categoria Novatos e segundo colocado nas 500 Milhas da Granja Viana.


“Depois de 12 anos sem pilotar um kart, quero fazer um desafio pessoal para desenferrujar, agora como piloto da categoria Sênior B”, contou ele, com a ajuda da mãe, que traduziu a linguagem de sinais.


100% saudável

Natural de Santos, Henrique começou cedo no kart, aos 10 anos, correndo na Cadete. Logo ingressou na categoria 2 tempos e foi o piloto mais jovem a ser campeão da Copa Litoral de Kart, repetindo o feito no ano seguinte.


Estreou nas competições nacionais na categoria Júnior, disputando o Brasileiro de 2018. Neste mesmo ano, foi vice-campeão da Copa Aldeia. No ano passado, foi campeão da Copa São Paulo e vice do Paulista Light.


“Tenho deficiência auditiva, mas sempre usei minha ‘desvantagem’ de forma eficiente. A inclusão no esporte foi excepcional. No kart, me sinto 100% saudável”, comentou o piloto, que adquiriu a deficiência ao nascer prematuro e ter complicações após o parto.


Com a ajuda de um aparelho auditivo, ele consegue ouvir um pouco e, graças ao trabalho com fonoaudiólogos, aprendeu a falar e também consegue realizar leitura labial.


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