Terceira fase do VLT, em São Vicente, terá obras só no segundo semestre

Modal de transporte chegará à área continental do município; população vive expectativa

Por: Anderson Frimino  -  28/05/23  -  14:43
Área Continental de São Vicente será beneficiada com ampliação do modal de transporte
Área Continental de São Vicente será beneficiada com ampliação do modal de transporte   Foto: Paulo Freitas/AT/Arquivo

Dois meses após a revogação da licitação para a contratação do projeto executivo para a terceira fase do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), a obra que tem previsão de atender cerca de 150 mil pessoas que residem em dez bairros da área continental e dependem do transporte público para se deslocar até Santos está no horizonte.


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De acordo com a EMTU, responsável pelo serviço, já está prevista para o segundo semestre a licitação conjunta para o projeto e a execução da obra da linha que ligará Barreiros a Samaritá. Enquanto isso, a licitação para escolher a empresa responsável pelas obras de recuperação, reforço e ampliação da Ponte A Tribuna (dos Barreiros) “está em andamento com previsão de finalização e decisão no segundo semestre. E na sequência as obras estão programadas para iniciarem ainda em 2023”, segundo a empresa, em nota.


O projeto de obra da Ponte A Tribuna prevê a ampliação e reforço da estrutura, duplicação da parte ferroviária (hoje inoperante), expansão do trecho de passeio e melhorias da infraestrutura rodoviária. Na etapa 2 da implementação, serão feitas as demais intervenções.


“Enquanto Prefeitura, estamos atuando de duas formas: acompanhando de perto cada detalhe do que acontece na licitação e dando suporte técnico necessário para que esse certame ocorra da melhor forma”, afirma o prefeito de São Vicente, Kayo Amado (Pode).


Segundo ele, a licitação da 3ª fase é dividida em dois pontos. O trecho ponte está mais avançado, pois a Prefeitura já havia conseguido licenças ambientais, por conta das obras já realizadas na Ponte A Tribuna. “O trecho pós-ponte possui muita área verde, onde a EMTU precisa de outras licenças”, acrescenta.


O investimento do Governo do Estado previsto para toda essa fase é de R$ 505 milhões. A previsão de entrega do trecho segue sendo 2027. Quando for totalmente concluído, o VLT terá ao todo 27 km de extensão, considerando os 11,5 km já em operação (Barreiros - Estação Porto), 8 km do segundo trecho - entre Conselheiro Nébias e Valongo, em obras, e os 7,5 km da ligação entre Barreiros e Samaritá.


Uma das condições solicitadas pela Prefeitura de São Vicente para o período de realização das obras na Ponte A Tribuna é de que não haja interdição total dos acessos.


“Foi uma das premissas que a gente colocou para o Governo do Estado. O VLT é fundamental e a gente precisa dele. Mas é preciso que se coloque no projeto uma possibilidade de não interdição da ponte. Isso está sendo pensado. A expectativa é que a interdição seja, no máximo parcial”, acrescenta Amado.


Desenvolvimento

prefeito vicentino acredita que a extensão do VLT para a Área Continental será um indutor de desenvolvimento para a região que contempla 80% da área da cidade, mas com apenas 40% da população.


“O VLT vai alavancar a Área Continental. fazer com que a construção civil chegue lá. Tenho feito rodadas de conversas com empresários e, como diz o ditado, ‘quem chega antes, bebe água limpa’. Eles precisam comprar terrenos, desenvolver novos empreendimentos. Porque, no momento em que o VLT passar por lá, a Área Continental vai se desenvolver muito e fazer com que as pessoas que moram lá tenham uma qualidade de vida muito maior”.


Expectativa

Quem mora na Área Continental reforça a torcida - e a espera - pela terceira fase do VLT, especialmente para quem trabalha em Santos. Muitos desses moradores reclamam das condições do transporte público disponível, os ônibus, que costumam acumular queixas sobre demora e excesso de passageiros em horários de pico.


A vendedora Stephanie de Moraes Bastos, de 28 anos. acredita que a nova opção vai oferecer praticidade. “Há ônibus que demoram demais, ou são muito cheios. O VLT, além de tudo, é mais rápido”, pondera.


Enquanto isso, o ajudante geral Francisco de Assis fica entre a torcida pela obra e o ceticismo quanto à sua conclusão. “Quando tiver, vai ser bom, porque vi que pode ser estendido depois para Praia Grande. Mas prefiro aguardar”, disse o trabalhador.


Deputados mobilizados

Enquanto as obras da terceira fase do VLT não começam, os deputados estaduais da região prometem vigilância para que a extensão do modal de transporte saia do papel.


Presidente da Frente Parlamentar da Baixada Santista, Tenente Coimbra (PL) acredita que a obra pode começar antes mesmo da finalização da segunda fase. “Estamos pressionando pela terceira fase, que, na verdade, deveria ser a segunda, mas por motivos políticos foi colocada como segundo plano dentro do projeto. A principal finalidade do VLT é fazer a ligação intermunicipal, e precisamos ligar a Área Continental de São Vicente com Praia Grande e o Litoral Sul, para dar mais mobilidade urbana para a Baixada Santista”, afirma.


Solange Freitas (União) explica que tem feito pleitos junto à EMTU. “Na semana passada, a direção da EMTU nos informou que as propostas das empresas interessadas em fazer a obra foram recebidas e estavam em análise. Além disso, questionei sobre um possível fechamento da Ponte A Tribuna durante as obras, mas os técnicos garantiram que a ponte não será fechada em nenhum momento”.


Paulo Corrêa Jr. (PSD), por sua vez, reforça a intervenção junto ao Poder Público para a obra do trecho que contará com a extensão do equipamento. “Desejamos que a obra, que terá ainda três subestações de energia e um pátio de manobras, seja executada de forma eficiente para toda população”.


Caio França (PSB), por fim, destaca o trabalho neste sentido de cobrar o Executivo quanto à necessidade de implantação do VLT na Área Continental vicentina. “Vou propor ao coordenador da Frente Parlamentar da Baixada Santista, a mobilização de uma reunião com a presença de todos os deputados da região para pedir um posicionamento oficial da EMTU”, destaca.


Procurada pela Reportagem, a assessoria do deputado Paulo Mansur (PL) não respondeu até a publicação desta matéria


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