Resgate de animais silvestres e marinhos em São Vicente aumenta quase 900%

O resgate de animais silvestres e marinhos aumentou 850% em São Vicente, entre anos de 2018 e 2019. Segundo dados da Guarda Civil Ambiental Municipal (GCM), em 2018 foram realizados 22 resgates. No ano passado, o número saltou para 209.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Animal, Gustavo Palmieri, dentre as espécies que foram resgatadas pelos agentes estão jacaré-de-papo-amarelo, macaco prego, ouriço-cacheiro, tamanduá mirim, jabuti piranga, bicho preguiça, coruja,  falcão e até um golfinho, que foi encontrado morto na praia do Gonzaguinha.

Neste período, os guardas da GCM também atuaram na retirada de colmeias de abelha em diversos bairros da cidade.

Para o secretário Gustavo Palmieri, o expressivo aumento do aparecimento desses animais em imóveis e áreas urbanas está relacionado à expansão urbana de áreas regulares e irregulares. Com a ausência do hábitat natural, as espécies buscam abrigo e comida em outras regiões.

“O fator principal é a degradação do meio ambiente. Por mais que se façam políticas de proteção e de contenção de  invasões, ainda é uma questão de conscientização. A população precisa ter consciência ambiental, não jogar lixo na praia”.

Outro fator para o aumento na quantidade de resgates é a capacitação dos agentes para esse tipo de ação. A corporação vicentina é referência na Baixada Santista. Além disso, o  tráfico de animais, que acabam escapando do cativeiro ou apreendidos em fiscalizações ou denúncias, também fez com que os números disparassem em 2019.

Vale lembrar que a posse de animal silvestre sem as devidas licenças é considerada crime ambiental, com pena que pode varia de multa a detenção de seis meses a 1 ano.

Em relação aos animais marinhos, o crescimento neste tipo de resgate tem como uma hipóteses mais prováveis o lixo jogado no mar e nos mangues, além da pesca irregular. As tartarugas, por exemplo, acabam comendo sacos plásticos, atropeladas por embarcações ou presas em redes em áreas de preservação ou locais irregulares.

De acordo com a prefeitura, as espécies resgatadas ou apreendidas  são encaminhadas a instituições parceiras. Todos os animais silvestres ou marinhos resgatados ou apreendidos passam por avaliação clínica, tratamento e reabilitação. Após esse período, eles são devolvidos à natureza. “É o momento mais bonito, quando a gente vê que todo esse esforço vale a pena”, destacou o secretário.

Algumas espécies, que não pertencem à fauna da região, aguardam em instituições até a destinação para o local de origem. Em São Vicente, quem encontrar animais silvestres em perigo pode acionar a Guarda Civil Municipal pelo telefone 153. O atendimento é feito 24 horas por dia, durante toda a semana. A Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Animal também pode ser acionada, de segunda a sexta, das 8h às 17h, pelo telefone 3569-2274.