O perito contábil Claudio Luiz Arantes de Carvalho, de 62 anos, é o primeiro caso confirmado da doença do pombo, neste ano, na região. Ele está internado na Santa Casa de Santos e sem previsão de alta. Moradores da Vila Cascatinha, em São Vicente, local em que a família mora, denunciam um vizinho que tem alimentado pombos todas as tardes.
A mulher de Claudio, Sônia Márcia de Carvalho, de 60 anos, diz que o inquilino da casa ao lado, na Rua Eugênio Pires, tem o costume de dar frutas para aves e ainda joga quirela (farelo de milho) na calçada.
“A quantidade de pombos foi aumentando. Eram 10, 20 e agora fica um monte esperando a comida. Eles sabem a hora de se alimentar e, por volta das 17h, começam a chegar”.
Sônia ainda reclama que não consegue conversar com o vizinho, pois ele não aceita a reclamação dos outros moradores sobre o assunto. “É muita irresponsabilidade, porque isso acontece há dois anos. Só que, agora, meu marido está doente. Esse homem não está nem aí e faz isso na maior cara de pau”.
Com a internação de Claudio, a aposentada Valdice Alba Santana, de 53 anos, diz que o morador que alimenta os pombos mudou a estratégia. “Agora, ele joga a comida no muro do quartel (do 2º Batalhão de Infantaria Leve) para ninguém ver. E os animais continuam se aglomerando”.
Outra vizinha, que prefere não se identificar, pede que alguém faça alguma coisa. “Temos crianças aqui na rua e todos corremos risco por conta de uma pessoa irresponsável”.
ATribuna.com.br esteve na casa do morador acusado pelos vizinhos, mas ninguém quis receber a reportagem. Uma mulher, que não se identificou, gritou de dentro da residência que ninguém ali alimenta pombos. Disse, ainda, desconhecer o caso do vizinho internado.
A Prefeitura de São Vicente informou, por meio de nota, que denúncias desse tipo podem ser feitas pelo e-mail visasv@saudesaovicente.sp.gov.br ou por escrito no Departamento de Vigilância Sanitária (Rua Padre Anchieta, 462, 3º andar).
Tratamento
Depois de quatro dias na UTI da Santa Casa, ele foi para o quarto nesta quarta-feira (15), mas seguirá em tratamento pelo menos por mais 15 dias.
“A médica nos avisou que a doença é muito grave e o fungo está na membrana da cabeça. Apesar de não ter entrado no cérebro, todo cuidado é pouco”, diz Sônia.
O primeiro sintoma foi uma forte dor de cabeça que não melhorava. No último dia 4, o casal procurou atendimento médico e Claudio foi diagnosticado com sinusite. Ele voltou ao hospital uma segunda vez e recebeu a confirmação de uma sinusite.
“No domingo (12), voltamos pela terceira vez ao hospital por conta dessa dor de cabeça. Minha filha conhecia a médica de plantão e ela pediu tomografia e a retirada de líquido da coluna dele. Muita sorte, porque foi a única alteração que deu. Foi quando descobrimos a meningite fúngica”, finaliza.