Um grupo de comerciantes de São Vicente fez uma carreata e protestou em frente a prefeitura na tarde desta terça-feira (30). A categoria reivindica a reabertura do comércio, já que muitos não podem funcionar devido ao cumprimento do lockdown, que visa frear a contaminação da Covid-19 na cidade e em toda a região.
A maioria dos manifestantes era composta por comerciantes da Área Continental da cidade. A carreata teve início na Área Continental, percorreu diversas ruas da cidade e encerrou em frente a prefeitura, por volta das 13h.
Com faixas, cartazes e carros de som, eles pediram um posicionamento do prefeito Kayo Amado (Podemos) a respeito da situação dos comerciantes durante o período de, primeiramente, fase emergencial, e posteriormente, o lockdown, que seguirá na cidade até o dia 4 de abril.
Em determinado momento, os manifestantes deitaram no chão, simbolizando que a "categoria está morrendo" por conta dos fechamentos e decretos municipais.
A concentração em frente a prefeitura foi acompanhada por equipes da Guarda Civil Municipal (GCM), que montou um cordão na entrada do Paço Municipal, para que não houvesse nenhuma invasão. O ato ocorreu de forma tranquila, sem nenhuma ocorrência.
Os vereadores Jhony Sasaki (PSB) e Tiago Peretto (PL) estiveram na manifestação. Ambos discursaram em apoio aos comerciantes e cobrando medidas da administração para poder flexibilizar as restrições e dar apoio aos pequenos comerciantes da cidade.
Lockdown
Desde 23 de março, os serviços tidos como essenciais somente podem funcionar durante o período de lockdown, mas ainda com restrição de horário durante a semana e fins de semana. A medida foi tomada em conjunto com os nove prefeitos da Baixada Santista, para conter o avanço da pandemia da Covid-19 na região, após uma crescente de casos, mortes e internações hospitalares.
Prefeitura
ATribuna.com.br procurou a Prefeitura de São Vicente para dar um posicionamento a respeito do ato do início da tarde. A administração enviou uma nota para a reportagem.
Leia na íntegra
A Prefeitura de São Vicente informa que compreende o anseio dos comerciantes e lamenta que medidas mais restritivas tenham sido necessárias neste momento tão complicado da pandemia.
A Administração Municipal também respeita a liberdade de manifestação da população e ressalta que o prefeito Kayo Amado se colocou à disposição para receber, em seu gabinete, os representantes dos manifestantes, que não quiseram entrar na Prefeitura.
O prefeito tem dialogado com a categoria desde o início das restrições. Tanto é que, nesta segunda-feira (29), recebeu, no Paço Municipal, o presidente da Associação Comercial (ACSV), Alcides Antoneli, entre outros representantes do setor, que apresentaram sugestões e propostas, que serão analisadas. Uma nova reunião deve ser agendada para a próxima semana.
A Administração Municipal reitera que as medidas tomadas no âmbito do Condesb foram necessárias, uma vez que os municípios da Baixada Santista compartilham das mesmas angústias e dificuldades diante da guerra contra o avanço da Covid-19. Não se trata, portanto, de uma decisão isolada deste município, mas de um dramático quadro regional que impacta a todos e já matou quase 4 mil pessoas na região. A ocupação de leitos de UTI já está em 100% e a missão é diminuir o contágio da Covid-19 e a sobrecarga na rede de Saúde.
Em que pese a Administração Municipal reconhecer as dificuldades enfrentadas pelo comércio da Cidade e de ter tomado medidas para aliviar a situação penosa que se impõe, a posição do prefeito exige responsabilidade e bom senso num cenário colapsado, que beira o caos.
Por fim, vale lembrar as medidas de incentivo tributário em favor do comércio, adotadas pela Prefeitura de São Vicente: foram prorrogados os vencimentos dos tributos de ISSQN e IPTU de atividades comerciais não essenciais, já lançados de forma parcelada , referentes aos meses de março e abril do exercício de 2021, podendo ser pagos até 31 de dezembro de 2021, sem a incidência de multa e juros de mora. Outra medida foi a isenção de pagamento da Taxa de Vigilância Sanitária de 2021 aos estabelecimentos comerciais. Aos comércios que já pagaram a taxa em 2021, os valores serão compensados em 2022. A iniciativa deve beneficiar quase 3 mil contribuintes vicentinos.