Vendedora de doces perde dois celulares em três semanas em Santos: 'Sou muito distraída'

Um feirante encontrou e devolveu um dos aparelhos perdidos pela mulher, que depende do equipamento para fazer cobranças

Por: ATribuna.com.br  -  21/10/21  -  14:00
Atualizado em 21/10/21 - 15:21
 Celular recuperado foi usado para registrar 'selfie' de Claudia e Francisco
Celular recuperado foi usado para registrar 'selfie' de Claudia e Francisco   Foto: Arquivo pessoal

Uma moradora de Santos se desesperou após perder um celular utilizado em seu trabalho, enquanto fazia compras num pet shop na Cidade. No entanto, a aposentada Claudia Pinho Lazaro, de 51 anos, que já havia perdido outro aparelho no início deste mês, se surpreendeu ao saber que o feirante Francisco de Assis de Oliveira, de 41, encontrou o telefone recém-comprado e o devolveu na última terça-feira (19).


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Em entrevista para A Tribuna nesta quarta-feira (20), Claudia conta que, no início de outubro, deixou o celular cair em um posto de gasolina, na Avenida Senador Pinheiro Machado (Canal 1), na Vila Belmiro. "Eu estava usando o telefone na moto e o coloquei entre as pernas. Ele caiu e só reparei 20 minutos depois, quando já estava numa adega com amigos", relata a aposentada.


Aposentada, Claudia complementa a renda de casa vendendo brigadeiros e utiliza o aparelho para receber transferências dos clientes por meio de Pix. No dia em que perdeu o primeiro telefone, ela voltou ao Canal 1, mas não o encontrou. "Cheguei a falar com várias pessoas por ali, mas nada. Já não estava mais lá".


Dias depois, ela comprou um celular novo para continuar trabalhando, mas teve um segundo contratempo. "Eu fui comprar ração para meus cães e gatos e perdi o celular novo, em plena chuva. Eu me atrapalhei, ele caiu e nem percebi. Quando fui pegá-lo em casa para ver uma foto, não estava mais lá".


Quando Claudia reparou que estava sem o celular, a pessoa que havia encontrado o aparelho, o feirante Francisco de Assis de Oliveira, morador do bairro Esmeralda, em Praia Grande, já estava longe. Ele relata que atravessava a Avenida Ana Costa, próximo à Rua Carvalho de Mendonça, quando notou o aparelho no chão e, antes de pisar no celular, conseguiu parar para pegá-lo.


Oliveira conta que não pensou em ficar com o aparelho. Ainda assim, uma senhora que o viu na rua o indagou se realmente iria devolver o celular à dona. "Ela disse 'nossa, moço, você encontrou um celular novinho! Eu falei que ia devolver e ela perguntou se eu faria isso mesmo. Eu disse que ia e ligaria para a dona. Falei que só quero o que é meu".


Segundo ele, a tela estava bloqueada, mas tinha a opção de retornar uma ligação perdida à irmã de Claudia. "Ela não atendeu, então deixei recado na caixa postal avisando que queria devolver o telefone e pedindo para ela retornar o contato".


O feirante pegou o ônibus e foi embora. "Quando cheguei perto da praia, a irmã dela ligou, já perguntando pela Claudia. Eu avisei que era o Francisco e dei meu número a ela". A irmã confirmou que o celular resgatado era de Claudia e que ela estaria procurando pelo telefone.


 Aparelho foi recuperado por feirante que passava perto de onde telefone caiu
Aparelho foi recuperado por feirante que passava perto de onde telefone caiu   Foto: Arquivo pessoal

Coincidência e encontro
Depois, ao falar com Claudia, Francisco explicou que morava em Praia Grande, mas estaria em Santos no dia seguinte porque precisava retirar uns pontos na Santa Casa". Detalhe: Claudia faz hemodiálise no mesmo hospital e passaria por uma sessão às 12h do dia seguinte.


Em meio a essa coincidência, ela aceitou pegar o aparelho na Santa Casa por entender que Francisco "passou confiança". "Ele usou o localizador do WhatsApp enquanto estava a caminho, no ônibus, e veio trazê-lo mesmo", relembra a aposentada.


Ela conta que os dois marcaram um encontro na frente da banca de jornais que fica na calçada do hospital. "Sou muito esquecida, distraída. Já perdi as chaves da motocicleta e deixaram até bilhete dizendo que elas estavam na banca em frente à Santa Casa".


Quando se lembra do prejuízo que teria com a perda do aparelho - cerca de R$ 1,5 mil -, Claudia diz que Francisco "é o que me faz ter esperança nesse mundo louco em que vivemos. Está tudo tão caro, tudo muito difícil. Ele foi um anjo na minha vida".


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