Travessia de balsas possui limitações, diz Dersa em audiência

Declaração ocorreu em reunião da Comissão de Vereadores em Santos; serviço tem gerado reclamações de usuários

Por: Sheila Almeida, da Redação  -  14/12/18  -  14:15
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A travessia de balsas é um serviço limitado, que não deve ser dimensionado por horários de pico, e sem possibilidade ou necessidade de receber mais embarcações. As afirmações são do diretor de operações da concessionária Dersa, Eduardo Di Gregório, sobre os questionamentos da Comissão Especial de Vereadores (CEV) e da Frente Parlamentar criadas e reunidas nesta quinta-feira (13), em Santos. A meta é discutir mudanças no embarque prioritário e cobrar melhorias.


Dois passos para as mudanças ocorreram nesta quinta. Além da reunião no Plenário da Câmara, corre com requerimento de urgência na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei (PL) 720/2018, do deputado estadual Paulo Correa Júnior (Patri). O objetivo é que haja uma legislação estadual específica para as balsas, sobretudo para o embarque prioritário.


Se o estado sancioná-lo, o ato seguinte será aguardar estudo jurídico de técnicos da Dersa, da CEV e da frente, que, após discussões, vão definir a melhor forma de embarque.


Reclamações


Os problemas motivaram questões e queixas de participantes do encontro. Os alvos eram as filas e o impacto ao trânsito após alteração viária na Ponta da Praia.


Paulo Corrêa Júnior questionou, por exemplo, se o sistema está preparado para esta temporada, sem que haja caos nas filas, e o que mudará com o novo aplicativo anunciado (veja abaixo).


Di Gregório, no cargo há quatro meses, respondeu que o serviço de travessia é limitado quando há excesso de veículos, como ocorre em rodovias. “Temos movimentação de 700 veículos por hora. Não se consegue colocar mais de oito balsas funcionando, por questão de segurança”, respondeu.


Questionado por A Tribuna se acharia necessárias mais embarcações, respondeu que, quanto maior a oferta, maior a demanda. Nesta quinta, às 9h, a fila para embarque de Guarujá para Santos durava 40 minutos, com seis balsas, o que o diretor considera normal. A capacidade é de oito.


O presidente da Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo (Emplasa), Marcelo Oliveira, baseou-se em um texto, no site da Dersa, que promete rapidez, segurança e qualidade nas travessias, para dizer que a empresa descumpre normas de prestação de serviços públicos. “Quando faço a leitura da norma, percebo que está tudo errado. Não é eficiente, não é rápido, não tem segurança.”


O presidente da Sociedade de Melhoramentos da Ponta da Praia, Luiz Antônio da Silva, declarou que a nova sinalização e a alteração de tráfego se resumem a “um monte de cavaletes”. A entidade pede a retirada de um ponto de ônibus, que nesta quarta-feira (12) acumulou 14 coletivos, e atenção ao comércio, prejudicado com o novo uso da área.


Rogério Vilani, diretor presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, disse que a alteração foi pensada como “solução paliativa para reduzir problemas” e aumentar o atendimento de veículos prioritários. Mudanças podem ser estudadas, mas não para alterações rápidas.


Após três horas de discussões, a reunião foi encerrada. Outras explicações seriam enviadas à CEV, presidida pelo vereador Sadao Nakai (PSDB) e que tem como vice Sérgio Santana (PR), Fabrício Cardoso (PSB) como relator e Audrey Kleys (PP), Zequinha Teixeira (PSD), Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB) e Adilson Júnior (PTB) como membros.


Aplicativo


Um aplicativo gratuito, que deve ser lançado até o fim de janeiro, já em testes, deve informar com exatidão o tempo de espera nas filas das balsas. O programa medirá informações entre o início dos bolsões de fila até o embarque, captando dados de aparelhos já existentes em cerca de 60% dos usuários fixos da balsa, os tags, que permitem a passagem sem parada nos guichês.


A cada dez motoristas com tag, se calculará e atualizará o tempo médio de espera. Hoje, o trabalho é manual e impreciso.


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