Surfista vítima da covid é homenageada por Cisco Araña em Santos: 'Coração dela está aqui'; VÍDEO

Elza Oliveira, 66 anos, praticava surfe, fazia quadros e era voluntária em projetos sociais da cidade

Por: Ágata Luz  -  09/05/21  -  09:15
Atualizado em 09/05/21 - 10:41
       Figura conhecida no surf santista, ela recebeu diversas homenagens
Figura conhecida no surf santista, ela recebeu diversas homenagens   Foto: Arquivo Pessoal

A comunidade do surfe santista teve uma semana triste após a morte de Elza Anunciata Rodrigues de Oliveira. Há cerca de 15 anos na escolinha de surfe do professor Cisco Araña, a idosa de 66 anos foi mais uma vítima da Covid-19 e morreu no sábado (1º). Figura conhecida, ela recebeu diversas homenagens.


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A primeira homenagem foi de uma amiga que colocou flores em uma prancha enquanto falava sobre a vítima na manhã de domingo (2). Na terça (4), o professor Cisco Araña reuniu alguns alunos para falar sobre Elza e homenagear não apenas ela, mas todas as pessoas que já faleceram. “O coração da Elza está com a gente. É um momento singular na minha vida porque a Elza está comigo há cerca de 15 anos. Ela continua sendo para mim a mesma coisa”, destaca o professor.

Veja as homenagens no vídeo abaixo:



Aos 66 anos, Elza era ativa, poispraticava surfe, fazia quadros e era voluntária em projetos sociais em Santos. "Deixa uma história muito linda", destaca o filho Edson Paiva Leitão de Oliveira, de 42 anos.


Em conversa com ATribuna.com.br, Edson explica que o primeiro a contrair a doença foi o irmão mais velho, que trabalha como motorista de aplicativo. "Ele passou para a esposa e ela ficou bem ruim", diz Edson. Segundo ele, o casal tem filhas gêmeas de 15 anos. Uma delas vive com um marcapasso, e como não tinha sintomas, foi para a casa de Elza. "Ela acolheu a neta como uma boa avó. Depois de uma semana, ela começou a apresentar os sintomas", relata Edson. De acordo com ele, a sobrinha também estava com covid, mas era assintomática.


Os primeiros sintomas de Elza foram dor de cabeça e febre. "Como eu não peguei essa doença, meu irmão levou minha mãe para a casa dele. Ela ficou uma semana tomando medicação e uma semana depois começou a ter muita falta de ar e dor de cabeça. Foi quando a gente deu entrada dela na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] de Cubatão", diz. De acordo com o filho, eles optaram por ir levar a idosa em Cubatão, pois as unidades de Santos estavam cheias. Ela deu entrada no dia 4 de abril.


Após cinco dias aguardando vaga, o quadro de Elza se agravou e ela foi encaminhada para o Hospital de Cubatão. A surfista ficou dois dias na enfermaria e em seguida foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando precisou ficar intubada.


       Primeiros sintomas de Elza foram dor de cabeça e febre
Primeiros sintomas de Elza foram dor de cabeça e febre   Foto: Arquivo Pessoal

“Ela ficou três semanas intubada. Na quinta-feira (29), ela teve uma melhora e os médicos ficaram esperançosos. Mas infelizmente de sexta (30) para sábado (1º), os médicos me ligaram dizendo que tudo que tinha para ser feito pela medicina, foi feito, mas ela não estava mais reagindo”, explica Edson. Elza não resistiu às complicações da Covid-19 e morreu às 23h40 de sábado. Segundo o filho, ela não teve a oportunidade de receber a vacina.


Vida e legado


“Ela ajudava as pessoas, era desenhista de ‘mão cheia’, sempre estava ‘pra cima’, fazia aula na escolinha de surfe há mais de 15 anos”, diz Edson sobre a mãe. De acordo com ele, Elza deixa um legado de simplicidade, alegria e cuidado com o próximo. “Ficou esse vazio”, relata.


“Infelizmente essa doença levou ela da gente. Ela tinha 66 anos, mas com uma vitalidade de colocar inveja até para mim. Eu ‘pego ondas’, mas não sou tão assíduo quanto ela era”, finaliza.


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