Sociedade humanitária ganha vida nova com revitalizações em Santos

Enquanto a diretoria trabalha para quitar as dívidas ao final deste ano, são pensados novos projetos para revitalizar outros pontos do prédio histórico

Por: Da Redação  -  27/01/21  -  22:14
Serão investidos R$ 3 milhões para a revitalização no espaço
Serão investidos R$ 3 milhões para a revitalização no espaço   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio investiu R$ 3 milhões de recursos próprios no salão para eventos, telhado e pintura na fachada. Enquanto a diretoria trabalha para quitar as dívidas ao final deste ano, são pensados novos projetos para revitalizar outros pontos do prédio histórico, construído entre os anos 1929 e 1931. O planejamento prevê obras para a Biblioteca e a restauração de quadros, como exemplares de Benedicto Calixto.


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O presidente da entidade, o advogado Manoel Rodrigues Guino, explica que os valores são pagos com o dinheiro da locação de salas do prédio. Ele ressalta que, devido à pandemia, têm encontrado algumas dificuldades, mas que vão conseguir saldar com os compromissos até dezembro.


“Estamos enfrentando dificuldade em razão da queda dos valores de locação e da inadimplência. A pandemia trouxe restrições muito grandes e estamos fazendo um sacrifício muito grande”, disse.


O diretor cultural da Sociedade Humanitária, Sérgio Willians, revela que com a reforma do salão que tem capacidade para mais de 250 pessoas pode gerar uma renda de R$ 5 mil por evento. “A ideia é que se torne uma fonte de renda e não mais de despesas. Com essa fonte de renda adicional, juntando com os aluguéis, vamos focar na recuperação da biblioteca, que tem o acervo mais antigo de santos”.


>>> Era uma vez: Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos


Reforma


De acordo com Guino, o edifício teve mil metros do telhado reformado (com a troca da estrutura de madeira por metal leve), um novo sistema elétrico interno, a instalação de aparelhos de ar-condicionado, pintura do salão, restauração das janelas, do piso, da pintura da fachada (respeitando as cores originais), além da iluminação trocada e da reestruturação da cozinha.


Willians explica que a reforma buscou manter, ao máximo, as características originais do prédio, mesmo tendo Nível de Proteção 1 – quando permite alterações no interior do edifício.


Os candelabros do salão, por exemplo, foram trocados por luminárias, mas, segundo o diretor, respeitaram um contexto histórico. “Colocamos umas que remetem a uma identidade visual dos anos 50. Se você observar o salão, ele é no estilo Art déco, que é muito característico dos anos 50”.


História


A Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio foi criada por jovens comerciantes em 12 de outubro de 1879, nas dependências da Escola do Povo. Estes foram inspirados pelas histórias de um clube literário fundado por alguns empregados comércio santistas, em março de 1879. Eram conhecidos como “caixeiros”.


O clube, porém, levava o nome do advogado, jornalista e abolicionista, Joaquim Xavier da Silveira (falecido quatro anos antes, vítima de varíola) – homenageado por ser dono de uma bem sucedida história pessoal, o que inspirava os ex-colegas empregados do comércio.


Os caixeiros eram liderados por Augusto Vieira e pelo professor Antônio Manuel Fernandes (fundador e presidente da Escola do Povo, de 1878), o clube se traduziu na primeira experiência associativa a reunir os caixeiros da cidade de Santos.


A Humanitária só foi ter sua primeira sede própria em 1891. Ficava na Rua das Flores, 256 (atual Amador Bueno). Em 1926, ela seria vendida à Curia Diocesana, e a entidade voltou a ocupar espaços alugados, até que em 1929 iniciou-se a construção da nova sede, cujas obras foram concluídas em outubro de 1931, na Praça José Bonifácio, onde permanece até hoje.


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