Sindicatos realizam passeata contra reforma da Previdência

Manifestação saiu da sede da Aposintra, com caminhada até a Praça Mauá, em Santos

Por: Marcela Ferreira & De A Tribuna On-line &  -  24/01/19  -  18:02
  Foto: Gabriel Gatto/G1

Diversos sindicatos se reuniram para realizar uma passeata, na manhã desta quinta-feira (24), em Santos. Com destino à Praça Mauá, os manifestantes caminharam desde a sede do Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), na Rua General Câmara, empunhando faixas com reivindicações contra a reforma da Previdência Social.


Antes da passeata, houve uma plenária entre sindicatos, aposentados, trabalhadores da ativa e outros interessados. A data foi escolhida por ser o Dia Nacional dos Aposentados, embora a passeata fosse sobre os trabalhadores em atividade. A classe defende que esses serão os principais afetados pelas mudanças da anunciada reforma.


Diversas categorias de trabalhadores estavam representadas por sindicalistas. O professor Carlos Riesco, da Executiva Regional do Sindicato dos Professores do Estado (Apeoesp), disse que a reforma afetaria diversos setores. “Isso atinge não só aqueles que são da iniciativa privada, como também do setor público, que é o meu caso”, afirma.


Riesco também afirmou que a proposta que o novo governo apresenta é contrária aos interesses dos trabalhadores. “O governo quer copiar o modelo chileno, que é o modelo de capitalização. Lá não deu certo, e isso é preocupante”, conta.


Sobre os sindicalistas, o professor relembra que, historicamente, as ações já foram maiores, e que, atualmente, as lideranças interferem na união entre os trabalhadores em busca de seus direitos. “É preciso ressaltar que a luta não é só pelos direitos, mas também pela garantia da democracia do nosso país”, finaliza.


Especialista explica mudanças na Previdência


O advogado Giolianno dos Prazeres Antônio, em entrevista para A Tribuna On-line, explicou o que, de fato, mudaria para os trabalhadores com a reforma. “Em linhas gerais, temos como principal mudança, diferente de todas as propostas e alterações feitas anteriormente, a mudança no sistema de arrecadação e distribuição de renda. Vejo que é a mais drástica e ousada da história moderna. Hoje, nosso sistema é o de repartição, e a proposta é a migração para outro sistema, o de capitalização”, conta.


O advogado também frisa que os valores seriam direcionados a aplicações no mercado financeiro, no mercado de ações, de modo a buscar a melhor e mais satisfatória rentabilidade para o trabalhador, o que exige atenção e cautela. “Os parâmetros não devem ser vagos, de modo a assegurar ao trabalhador que tais investimentos não levem a nenhum prejuízo. Neste ponto, precisa ficar mais claro, mais seguro, mais transparente”, alerta.


Ele também diz que a mudança não afetaria todos os trabalhadores diretamente, mas, sim, os novos. “A proposta prevê a adesão somente para os novos trabalhadores, que ainda não aderiram ao sistema de repartição, e para aqueles que aderiram, irá existir um sistema misto, isto é, a adequação do sistema novo partilhando com o sistema antigo”, esclarece.


Sintraport


O presidente do Sintraport, Claudiomiro Machado, o ‘Miro’, diz que a reforma “praticamente impedirá que os trabalhadores se aposentem, diante dos muitos impedimentos já anunciados”. Outro problema, para o sindicalista, será a administração dos recursos previdenciários, que não será mais feita pelo estado, mas, sim, pelo sistema financeiro nacional e estrangeiro.


Aposintra


O presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Sintraport (Aposintra), Luiz Augusto de Almeida Filho, acredita que a participação na passeata é essencial para a categoria.A associação confeccionou uma faixa de quatro metros com um grande ‘não’ à reforma da Previdência. “A política ultraliberal do governo precisa ser combatida em todas as frentes”, diz o presidente da Aposintra.


Sindserv Guarujá


O diretor financeiro e presidente eleito do Sindicato dos Servidores Municipais de Guarujá (Sindserv), Zoel Garcia Siqueira, comunicou em nota que defende que as medidas devem ser combatidas. “O Sindserv participa de todos os protestos contra qualquer tentativa de retirada de benefícios dos trabalhadores e trabalhadoras, em especial do servidor público”.


Sindicatos presentes


Estiveram presentes na passeata os seguintes sindicatos: Consertadores; Empregados na Administração Portuária (Sindaport); Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários (Settaport); Estivadores; Jornalistas; Operadores de Guindastes e Empilhadeiras (Sindogeesp); Operários Portuários (Sintraport); Petroleiros (Sindipetro); Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp); Químicos (Sindquim); Rodoviários (Sindrod); Servidores Estatutários de Santos (Sindest); Servidores Municipais de Guarujá (Sindserv); Servidores Municipais de Praia Grande; Trabalhadores dos Correios (Sintect); Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde (Sintrasaúde); Trabalhadores em Hotéis, Bares e Restaurantes (Sinthoress); Trabalhadores na Indústria da Alimentação e Urbanitários (Sintius); Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos); Aposintra; Federação Interestadual de Metalúrgicos do Brasil (Fitmetal), entre outros.


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