Queda de elevador que matou quatro pessoas em Santos segue sem respostas

Equipamento despencou sete andares em 30 de dezembro de 2019, às vésperas do Réveillon

Por: Nathália de Alcantara  -  20/08/21  -  08:14
Atualizado em 20/08/21 - 08:42
 Tragédia ocorreu na véspera do Réveillon, em 2019
Tragédia ocorreu na véspera do Réveillon, em 2019   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Quase dois anos após quatro pessoas da mesma família morrerem na queda do elevador de serviço do Edifício Tiffany, na Vila Belmiro, em Santos, ainda não há respostas sobre as circunstâncias da terrível tragédia. O equipamento despencou sete andares na noite de 30 de dezembro de 2019, às vésperas do Réveillon.


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O Ministério Público Estadual (MPE) diz que aguarda o “cumprimento das diligências requeridas e deferidas nos autos, ainda não atendidas na sua integralidade, para, então, formar o seu convencimento”, explica, em nota enviada à Redação, sem dar mais detalhes pelo fato da investigação ainda estar em curso.


O elevador caiu por volta das 20h, no prédio localizado na Rua Guararapes, 33. Jucelina Santos, de 47 anos, era esposa de um suboficial da Capitania dos Portos. Ela desceu de seu apartamento, no 9º andar, até o térreo para buscar três familiares de Santo André (SP) que iriam passar o Réveillon em Santos.


Com ela, também estavam no elevador o casal Lucineide de Souza Goes e Edilson Donizete, irmã e cunhado de Jucelina, e o filho deles, o jogador de futebol Eric Miguel, de 19 anos. Na volta para o apartamento, o elevador começou a apresentar problemas. Inicialmente, houve uma primeira queda até o 7º andar, quando o sistema de segurança foi acionado. Depois, o elevador despencou até o poço.


Com 54 apartamentos distribuídos em nove andares, o edifício é de responsabilidade da Marinha do Brasil. A unidade abriga oficiais e funcionários da Capitania dos Portos.


 Fotos exclusivas de A Tribuna mostram estado do elevador momentos depois da queda
Fotos exclusivas de A Tribuna mostram estado do elevador momentos depois da queda   Foto: A Tribuna

Respostas


Procurado por A Tribuna, o Comando do 8º Distrito Naval informou, por meio de nota, que não há ofício encaminhado à Marinha do Brasil sem resposta. Além disso, o advogado da Elevadores Villarta, Pedro Beretta, reafirma que a manutenção do equipamento encontrava-se em dia e em atendimento a todas as normas técnicas e legais exigidas.


“No decorrer das investigações, tanto perante a Marinha do Brasil quanto perante a autoridade policial do 2º Distrito Policial de Santos, restou demonstrar que a empresa atendeu e cumpriu todas as normas legais e administrativas relativas à manutenção dos elevadores”.


O advogado lembra ainda que o Instituto de Criminalística, por meio do laudo pericial número 886/2020, anunciou como possível causa da queda do elevador o rompimento da placa de suspensão, que gerou, por consequência, instabilidade em todo o sistema do equipamento.


“De acordo com a análise realizada, o rompimento de tal placa de suspensão do elevador ocorreu por possível falha de projeto, eis que se trata de estrutura de fabricação que não deveria ser substituída ou trocada. Por tal característica, não é possível realizar qualquer manutenção nesse sentido por empresas terceirizadas, como é o caso da Villarta”, diz Pedro.


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