A adesão de tucanos históricos ao candidato Márcio França (PSB) será analisada pela direção estadual do PSDB. O presidente paulista da legenda, Pedro Tobias, fala em “fazer depuração” das lideranças e filiados que apoiaram outra candidatura. Ele não descarta expulsar os prefeitos da sigla que declaram suporte ao ex-prefeito vicentino no segundo turno.
Ao menos seis prefeitos anunciaram apoio ao PSB. Entre eles o chefe do executivo santista, Paulo Alexandre Barbosa, sob a justificativa de que o governador eleito não representava os ideais do partido e era movido por oportunismo eleitoral. “Vão ser expulsos. O partido não pode permitir isso”, afirma Tobias.
A comissão de ética e fidelidade partidária do PSDB notificou Barbosa para esclarecimentos sobre as suas declarações contra Dória. Antes da definição das urnas, foi aplicada ao mandatário santista a mais leve das punições previstas no estatuto da legenda. Agora, o discurso é outro. “Alas que criticam (o partido) são bem-vindas, mas aderir ao Márcio França não é perdoável”, diz Tobias.
Barbosa não foi o único: os prefeitos tucanos Fábio Marcondes (Lorena), Laurindo Garcez (Queluz), Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra) e Ademir Lindo (Pirassununga) também anunciaram voto no candidato do PSB. “Já foram expulsos 15 prefeitos, dezenas de vereadores e vamos continuar o expurgo dos dissidentes”, continua. Procurado pela Reportagem, Barbosa não se posicionou sobre o episódio.
O presidente estadual da legenda afirma que aguardará que “eles saíam de livre e espontânea vontade”. Entretanto, prega rigor para apurar casos de infidelidade. “Se não sair, vamos expulsar. Mas é preciso provas do que foi dito”, afirma Tobias. “Se alguém não gostar, vá para a Justiça”.
O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), avalia que as “demissões (dos dissidentes) vão servir para que o partido faça reflexões da sua base”. O coordenador regional da legenda e comissão de ética partidária do PSDB, Raul Christiano, assegura que “os episódios de infidelidade não vão passar batido”.
Antes mesmo da corrida eleitoral, houve debandada da legenda. O caso que causou mais surpresa na cúpula partidária foi a saída do líder do governo na Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, que migrou do PSDB para o PSB. Na região, Edmur Mesquita também migrou para o grupo de França.