PSDB envia processo contra Paulo Alexandre a Brasília

Diretório Nacional analisará pedido de expulsão do prefeito por infidelidade partidária

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  27/11/18  -  10:15
A Cidade vai ganhar áreas verdes”, salienta Paulo Alexandre Barbosa
A Cidade vai ganhar áreas verdes”, salienta Paulo Alexandre Barbosa   Foto: Nirley Sena/AT

Está no Diretório Nacional do PSDB o pedido para que se expulse do partido o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa. A cúpula paulista da sigla o acusa de infidelidade partidária por ter apoiado o governador Márcio França (PSB) na disputa com o tucano João Doria no segundo turno da eleição para o Palácio dos Bandeirantes. A Executiva Estadual da legenda também avalia a eliminação de seus quadros do vereador Felipe Roma, o Rominha, de São Vicente.


O presidente do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, enviou no dia 21 a abertura da investigação e um parecer jurídico contra Paulo Alexandre para a instância nacional.


“O processo veio para mim, e eu o mandei para (o diretório) nacional. Só eles que podem expulsar o Paulo”, sustenta Tobias, pelo fato de o prefeito ser membro da Executiva Nacional. Paulo Alexandre não se pronunciou para A Tribuna.


No mês passado, antes do resultado do segundo turno, o Diretório Municipal do PSDB recebeu um pedido de expulsão do prefeito. Agora, a questão será analisada pelo Conselho Nacional de Ética e Fidelidade Partidária, já com o parecer pela saída forçada emitido pelo colegiado paulista.


Caso o processo avance, a decisão final será tomada pelo presidente nacional do partido, o ex-governador Geraldo Alckmin, padrinho político do prefeito. O Conselho de Ética tucano ainda não definiu quando haverá reunião para apurar as acusações contra ele.


Histórico


À frente da quinta maior cidade paulista chefiada pelo PSDB, Paulo Alexandre Barbosa foi o único chefe de Executivo social-democrata da Baixada Santista a não apoiar João Doria para o Governo do Estado.


Entre parte dos tucanos, havia o entendimento de que se deveria dar prioridade à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Isso deixaria livre o caminho para que o então vice, Márcio França, que se tornou governador com a renúncia do titular, disputasse a reeleição com apoio do PSDB.


Ferramenta está disponível no site da Administração Municipal
Ferramenta está disponível no site da Administração Municipal   Foto: Luigi Bongiovanni/A Tribuna/Arquivo

Entretanto, pressões internas na legenda resultaram na indicação de Doria, ex-prefeito de São Paulo, para concorrer a governador. Em prévias, obteve apoio superior a 80% dos filiados. Com sua candidatura ao Estado oficializada, seis prefeitos tucanos da Baixada – reduto eleitoral de Márcio França – optaram por Doria.


O prefeito santista, porém, não é o único caso do gênero analisado nacionalmente pelo PSDB. Na semana passada, o Diretório Municipal de São Paulo remeteu a Brasília o pedido de expulsão do ex-governador Alberto Goldman, acusado de trabalhar pelo candidato Paulo Skaf (MDB). Outros seis prefeitos tucanos paulistas também se posicionaram contra Doria, e houve quem deixasse a sigla.


Rominha


O Diretório Estadual do PSDB analisa, ainda, a situação do vereador vicentino Felipe Roma, o Rominha. Ele também é acusado de fazer campanha para Márcio França.


Segundo o presidente da Conselho Estadual de Ética, Raul Christiano, serão determinados um relator e abertura de prazo para que o vereador apresente defesa.


“Se o PSDB tomar uma decisão de caça às bruxas, vou me defender, vou buscar meus direitos dentro do partido, como vereador e filiado à legenda”, diz Rominha.


O vereador diz estar tranquilo, ao alegar que o PSDB não “deu um direcionamento a quem deveria apoiar” nas eleições passadas. “Agi independentemente das convicções políticas. Agi por convicções regionais, por entender que a eleição de Márcio França seria o melhor para minhas cidade e região. Mas ajudei na eleição de candidatos a deputado federal e senador do meu partido”, defende-se.


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