Projeto em Santos quer evitar que raízes de árvores quebrem calçadas

Santos inicia a partir do próximo mês um projeto-piloto para resolver um problema antigo e crônico nas calçadas da Cidade. A Prefeitura vai instalar defletores de raízes de árvores para estimulá-las a crescer distantes da superfície e evitar que quebrem o calçamento, comprometendo acessibilidade, causando riscos de queda principalmente a crianças e idosos e exigindo a remoção de espécimes.

O projeto será implementado inicialmente na região da Rua Pedro Américo, no Campo Grande, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Libório. O equipamento consiste em quatro placas de concreto para cada árvore, instaladas em posição piramidal, na terra e em volta do exemplar, para conter o crescimento lateral das raízes e direcioná-las para baixo.

Ao todo, 275 árvores entrarão nesta fase inicial. A ideia é do paisagista santista Oswaldo Casasco e, após anos de testes, já está patenteada. Conforme Casasco, prefeituras em Minas Gerais e no Espírito Santo já demonstraram interesse na novidade.

Com a instalação do defletor, as raízes existentes devem ser contidas dentro dos limites das peças de concreto, que se unem em quatro lados. Com o passar do tempo, as novas, ao crescerem, irão se deparar com o defletor e serão contidas, buscando espaço para baixo.

O paisagista lembrou que a instalação que demandar a poda de raízes já avançadas para as laterais - justamente as causas de fissuras e levantamento das calçadas dificultando a locomoção de pessoas - terá de ser acompanhada de poda também da copa. Somente assim é possível, de acordo com ele, garantir a saúde do exemplar.

“Existe uma relação entre a parte aérea e a parte subterrânea. Se você eliminar x metros de folhas, você deve tirar também o correspondente de raízes, e vice-versa. Se você cortar raiz, você deixa de suprir a copa de água e nutrientes e ela também perde as folhas”.

Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Libório, após a instalação, a Prefeitura observará o resultado no uso dos defletores e, se surtir o efeito desejado, replicará para outras áreas da Cidade, principalmente onde o crescimento das raízes já afeta o calçamento.

O procedimento pode inclusive ser aplicado como regra para a plantação de novas árvores em vias públicas.