Profissionais da saúde de Santos notam aumento na infecção de covid-19 em crianças

Prefeito da cidade informou ter pedido mais leitos de UTIs Infantis ao Governo Federal

Por: Matheus Müller  -  03/12/20  -  22:33
Profissionais de saúde percebem aumento no número, por mais conhecimento sobre sintomas nos pequenos
Profissionais de saúde percebem aumento no número, por mais conhecimento sobre sintomas nos pequenos   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

É sensível aos olhos de profissionais da saúde em Santos o aumento do número de crianças contaminadas pela covid-19. A situação ganhou mais destaque após uma live realizada pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), no último domingo, nas redes sociais. Em resposta a uma munícipe, ele escreveu: “Notamos um avanço da doença nas crianças. Incluímos no rol de pedidos para o Governo Federal leitos de UTIs infantis para que possamos estar preparados”.


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A médica infectologista Elisabeth Dotti confirma tal percepção de alta dos casos envolvendo crianças, e acredita que a situação se deva a dois motivos: ao maior contato entre as pessoas e ao conhecimento dos profissionais sobre os sintomas da doença – de acordo com ela, infectados nessa faixa etária geralmente apresentam queixas comuns a outras doenças, o que dificultava o diagnóstico. 


A profissional ressalta que o ideal é que os pais mantenham as crianças em casa e, ao sair, optem por espaços abertos, sempre de olhos atentos nos pequenos e cuidando da higiene. Afinal, ela ressalta ser inevitável que eles toquem em objetos, passem as mãos no rosto e terminem no colo dos pais e familiares. 


“Criança é naturalmente sociável e, nessa fase, infelizmente, temos que nos proteger, no resguardar. Não se pode exigir um grau de maturidade que a criança não pode ter”, disse Elisabeth. Sobre o uso de máscara, não há restrições de idade. “É mito dizer que o uso prejudica o desenvolvimento (dos pulmões)”. 


A médica ressalta que esta é uma questão mais disciplinar. “Como é que a criança vai entender que não pode tirar a máscara. Nós, adultos, supostamente maduros, não queremos ficar de máscara, imagine as crianças”. 


Resistência e orientação


Elisabeth destaca que a doenças é menos agressiva nas crianças, embora tenha conhecimento de mortes e casos graves na região. Entretanto, a não proteção delas, as tornam mais um meio para o contágio de familiares mais velhos e suscetíveis à covid-19 e suas complicações. 


Diante de toda essa exposição das dificuldades em manter os pequenos longe do contato com o vírus é que a médica questiona o que tem sido pensado como plano para uma eventual retomada as atividades escolares. 


“Mostram as salas com cadeiras espaçadas, mas e o fluxo dessa criança? E fora da escola? Existe todo um trajeto: da van, à moça da porta, ao pessoal da limpeza, da merenda, professores, diretora... Tem que ter um plano conjunto”.


Sintomas


A médica informa que entre os sintomas da covid-19 comuns em crianças estão: Coriza, dor de ouvido, dor de garganta, febre, em alguns casos manchas vermelhas na pele, que são confundidas com alergias), além de dor de barriga e diarréia.


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