Moradores do condomínio Emirado, localizado na Avenida Conselheiro Nébias, 663, em área nobre do bairro Boqueirão, em Santos, enfrentam falta d’água desde o feriado da última quarta-feira (15). O condomínio tem 28 andares, 360 apartamentos e já gastou R$ 29.700,00 contratando caminhões-pipa até este domingo (19). Além disso, os transtornos das famílias foram agravados pelo forte calor dos últimos dias.
A síndica do condomínio, Renata Brito Santos, afirma que a Sabesp, companhia de abastecimento, reduziu a pressão, em decorrência de obra na Rua Goiás, o que teria prejudicado o fornecimento de água do prédio. “Fomos pegos de surpresa. A Sabesp não informou nada sobre a redução de pressão. Nosso prédio é grande, tem 28 andares e 360 apartamentos. Então, se eles reduzem muito a pressão, ficamos sem água”.
Renata relata ainda que, de quarta-feira (15), feriado da Proclamação da República, até este domingo (19), o condomínio contratou nove caminhões-pipa. “Cada um custa R$ 3.300,00. Se não tivéssemos dinheiro em caixa para comprarmos caminhão-pipa, estaríamos sem água de quarta-feira até hoje. Só ontem (sábado, 18), foram quatro por causa do forte calor”.
A síndica forneceu à reportagem de A Tribuna um “print” do comunicado obtido por meio da agência virtual da Sabesp informando o seguinte: “Identificamos que está em andamento uma manobra na rede de água da região informada devido ao seguinte motivo: sua região está com falta de água intermitente devido a uma insuficiência no sistema de abastecimento. A previsão de normalização é para a madrugada de 19/11/23". Porém, até o momento, o fornecimento não foi normalizado.
A condômina enviou ainda foto de um dos hidrômetros. “No relógio de entrada do prédio, está marcada a entrada de 0 m³ de água da Sabesp. Isso para eles é considerado normal?”, questiona Renata, indignada.
“São famílias inteiras, idosos, crianças, animais estimação, todos afetados neste calor durante os últimos quatro dias sem água e o pior, sem previsão de o abastecimento voltar ao normal”, comenta o conselheiro do condomínio, Wagner Coutinho.
Coutinho ressalta ainda que “isso afeta todos os moradores e a estrutura hidráulica inteira do prédio mediante a entrada de ar e de sujeira que as caixas vazias fazem passar pelas tubulações e válvulas de pressão de água”.
“Trabalhamos com paliativos, pois não temos como resolver o problema de vazão de água, que cabe à Sabesp. Até quando teremos que passar por isso? Essa angústia de a cada minuto olhar as caixas do prédio e ver o nível sempre baixo mesmo com o abastecimento de três caminhões-pipa por dia... Até quando, num calor de 40°C, vamos ter que falar para os nossos moradores que eles irão ficar sem água?”, reclama o conselheiro do edifício.
Sabesp responde
Procurada pela reportagem de A Tribuna, a Sabesp esclareceu, por meio de nota, que “a pressão da água distribuída ao condomínio número 663 da Avenida Conselheiro Nébias, em Santos, não foi reduzida pela companhia. As altas temperaturas registradas nos últimos dias podem ter gerado uma maior variação na pressão da água, devido ao aumento do consumo na região”.
Ainda em nota, a empresa informou que, “em atenção ao solicitado, técnicos foram encaminhados ao local e irão monitorar o sistema para garantir que o abastecimento aconteça de forma adequada aos imóveis”.
A companhia reiterou que “se coloca à disposição dos moradores pelos canais oficiais de atendimento: telefone 0800-055-0195 (ligação gratuita); no WhatsApp oficial da Sabesp 11-3388-8000 (mensagem de texto); ou pela agência virtual”.