O Jardim Botânico de Santos oferece para toda a população da cidade oficinas de compostagem e horta orgânica por meio dos projetos 'CACAU - Centro de Aprendizagem em Compostagem & Agricultura Urbana' e 'Quem Colhe, Planta', respectivamente. Ambos fazem parte do 'Composta Santos', iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente que incentiva a reciclagem de resíduos sólidos orgânicos para diminuir a quantidade de lixo encaminhado para aterros sanitários.
Segundo Thiago Nagib, educador ambiental do local, os dois programas visam ensinar hábitos conscientes e sustentáveis para as pessoas. "Mais de 50%do nosso resíduo gerado é matéria orgânica, é resto de comida, então se destinamos esses resíduos para a compostagem, eles deixam deir para o aterro sanitário.A longo prazo, o objetivo é trazer o máximo de pessoas para aprender sobre agricultura urbana e compostagem".
É o caso, por exemplo, da terapeuta quântica Maria Cecília do Amaral, que desde o momento emque começou a frequentar as oficinas do Jardim Botânico passou a levar produtos cultivados no local para dentro de casa. “Eu faço temperos e saladas. Estas duram até mais na geladeira, porque não têm nada de química e ‘dá gosto’. Então, é um sabor muito gostoso, bem diferente de alimentos com agrotóxico”.
Mas não só a alimentação de quementra em contato com a terra melhora, os processos de jardinagem e plantiose popularizaram na pandemia como processos terapêuticos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR), alguns produtores de plantas registraram aumento de até 20% nos negócios durante o período.
Neste sentido, as aulas oferecidas no Jardim Botânico também servem como alternativa para espantar a solidão causada pelo isolamento social, principalmente de pessoas mais idosas, comodona Bernadete dos Santos, de 69 anos, queencontrou nas oficinas uma válvula de escape para a ausência de vida social. “Quando as minhas amigas comentaram sobre essas atividades, rapidamente euabracei a ideia para me sentir melhor, porque eu acho que temos que correr de tristeza e solidão”.