Morre Nídia Lafemina, referência na gastronomia santista, aos 94 anos

Ela foi uma pioneira no que, bem mais tarde, se tornou moda: aulas de culinária para grupos fechados

Por: Fernanda Lopes  -  18/01/24  -  21:24
Atualizado em 18/01/24 - 21:31
Nídia morreu em casa, a mesma casa em que trabalhou durante seis décadas
Nídia morreu em casa, a mesma casa em que trabalhou durante seis décadas   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Faleceu nesta quinta-feira (18), aos 94 anos, Nídia Lafemina, uma referência da gastronomia santista. Ela foi uma pioneira no que, bem mais tarde, se tornou moda: aulas de culinária para grupos fechados. Fez isso por quase 60 anos, ensinando uma legião de santistas a arte que tanto amava. Ela mesma me disse certa vez que não já havia perdido as contas de quantos alunos tinha ensinado.


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Nídia morreu em casa, a mesma casa em que trabalhou durante seis décadas. “Era assim que ela queria”, diz seu único filho, Cyro Lafemina. O velório acontece a partir das 9h desta sexta (19), no Salão Nobre da Memorial Necrópole Ecumênica (Av. Dr. Nilo Peçanha, 50 , no Marapé, em Santos). Às 15 horas, acontece a cerimônia de cremação.


Recentemente, ela foi homenageada pela Associação de Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista (ACDBS), que inaugurou um espaço gastronômico batizado com seu nome. Ela compareceu à cerimônia em julho de 2023.


A trajetória de Nídia Lafemina ficou registrada também em seus dois livros, que trazem receitas que eram sua identidade e iam do trivial ao sofisticado. “Eu amo cozinhar e amo ensinar”, disse, em entrevista para A Tribuna, em 2016.


Na conversa, ela ensinou vários dos seus truques adquiridos com a experiência. “O alho deve fritar primeiro, porque a cebola solta muita água”, dizia, ressaltando que aprendeu isso empiricamente. Cozinha e Nídia eram quase que uma unidade.


“Quando me casei, com 20 anos, não sabia nem fazer feijão. Mas fui aprendendo. Nada como a prática”, disse. Prática essa que a levou a ter mais de 4 mil receitas, registradas em folhas de sulfite e organizadas em um precioso arquivo.


Uma das características dos seus grupos de alunos era a de se tornarem amigos. Uma das turmas de Nídia ficou junta por mais de 30 anos. A professora só parou de ensinar com a pandemia. “Foi difícil para ela. Ficar sem ensinar não fez bem para a cabeça dela. Depois disso, ela não pôde mais voltar e foi piorando”, lamentou o filho Cyro.


Nídia deixa ainda as netas Carolina Lafemina e Ana Paula Lafemina, além da nora Ângela Lafemina.


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