Morre, aos 81 anos, o ex-vereador de Santos Carlos Mantovani Calejon

Ex-parlamentar sofria de problemas no coração e estava internado no Hospital Ana Costa, em Santos

Por: De A Tribuna On-line  -  19/09/19  -  14:59
Carlos Mantovani Calejon foi eleito por sete mandatos para vereador em Santos
Carlos Mantovani Calejon foi eleito por sete mandatos para vereador em Santos   Foto: Luiz Vinagre/Reprodução/Facebook

Morreu na manhã desta quinta-feira (19) o ex-vereador de Santos Carlos Mantovani Calejon. Ele tinha 81 anos. A informação foi confirmada pelo filho, Maurício.


Segundo o filho, Mantovani Calejon enfrentava problemas cardíacos e estava internado no Hospital Ana Costa, em Santos. Maurício disse que o pai apresentava "um quadro como qualquer pessoa com problemas no coração, mas que, com a graça de Deus, partiu em paz".


"Ele era meu melhor amigo. Trabalhei todo tempo ao lado dele, tanto na Câmara quanto na imobiliária. Ele só ajudava as pessoas. É importante relembrar o tanto de emprego que este homem conseguiu trazer, haviam filas de pedido de emprego. E ele atendia a todos. As conquistas dentro do saneamento em diversas vias da cidade.  Ele me deixou lições valiosas em ajudar ao próximo. E, nos últimos dias, também me deu uma lição sobre ter garra e força", relatou Maurício Mantovani.


A Câmara de Santos emitiu um comunicado de pesar pelo falecimento do ex-parlamentar. "A Câmara Municipal de Santos expressa sua tristeza e respeito pela passagem do ex-Vereador Carlos Mantovani Calejon, que deixou lembranças e saudades em muitos funcionários e vereadores, alguns dos quais foram contemporâneos no exercício da vereança", disse o texto.


O Legislativo santista ainda informou que o velório acontecerá no Salão Imperial do 2º andar do Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, ainda sem previsão de horário para iniciar. O enterro será ás 19 horas, no local.


'A Câmara ajudou muito'


Beto Mansur (MDB) teve longa convivência com Mantovani Calejon. Eles foram colegas no Legislativo santista durante o início da carreira política de Mansur. Depois, o relacionamento passou a ser entre prefeito e vereador, durante os oito anos de mandato do emedebista à frente do Executivo municipal.


O ex-prefeito se refere a Mantovani como Montanha, apelido do ex-parlamentar. Beto o definiu como uma figura polêmica, mas sempre parceiro da cidade. "Ele se preocupou com a cidade. Aprendi muito com ele porque ele era um cara que não brigava com ninguém", comentou Mansur.


O ex-chefe do Executivo santista lembrou das dificuldades enfrentadas pelo município durante a sua gestão e como, durante o período em que Carlos Mantovani Calejon esteve como presidente da Câmara, o Legislativo auxiliou o município a superar este momento.


"A cidade tinha uma situação muito difícil. Eram duas folhas de pagamento em atraso. Tínhamos dificuldades financeiras. A Câmara ajudou em diversas situações como a privatização do serviço de coleta de lixo, que era feito pela Prodesan. A liberação da área para a construção do Centro de Convenções, na Avenida Francisco Glicério. A área na Aparecida onde foi construído um shopping. Todos avanços importantes. Eu recebi a Prefeitura com o orçamento em R$ 320 milhões, e entreguei para o (João Paulo Tavares) Papa, em R$ 700 milhões. Nós preparamos a cidade para arrecadar o que hoje arrecada, com estimativa acima dos R$ 3 bilhões para o próximo ano", relatou Beto Mansur.


Beto ressaltou que, com o auxílio da Câmara, houveram avanços na informatização e na área da construção civil, com a alteração do Plano Diretor, que passou a permitir construções com mais de 13 andares. "Isso gerou muitos empregos na época Tudo isso com a ajuda de um grupo de vereadores, que eram liderados pelo Mantovani", comentou.


'Fio do bigode'


O vereador Antonio Carlos Banha Joaquim (MDB) emitiu uma nota de pesar pela morte de Carlos Mantovani Calejon. O parlamentar destacou que o ex-colega de Câmara foi "um grande articulador político, operoso, transitava bem com todos os partidos e tinha uma marca registrada de que compromisso assumido era compromisso cumprido".


"Ele fez várias legislações importantes para a cidade de Santos. 'Fio do bigode' e palavra são marcas indeléveis deste homem público que tive a honra, o privilégio e a gratidão de conhecer! Amigo leal! Mantovani combateu o bom combate, encerrou a carreira e guardou a fé! Descanse em paz, Guerreiro, nos braços do Altíssimo, no trono da Glória! A saudade não poderá ser maior do que a gratidão!", escreveu Banha. 


Sobre Carlos Mantovani Calejon


O vereador Carlos Mantovani Calejon nasceu em Santos no dia 3 de setembro de 1938, no bairro do Macuco, em Santos, onde passou sua infância e adolescência.


Trabalhou na empresa L. Figueiredo S/A Armazéns Gerais e Despachos. Depois de anos, ingressou na então Companhia Docas de Santos – CDS.


Com a instalação do Governo Militar na década de 60, do século XX, Mantovani deixou a Companhia Docas, após 14 anos, e passou a trabalhar como corretor de imóveis. Cursou a Faculdade de Direito.


Em 1976, disputou eleição pelo MDB, com vistas a Câmara Municipal de Santos. Foi vereador no município por sete mandatos consecutivos. Nas eleições para o Legislativo santista de 2000, foi o terceiro candidato mais votado da cidade, pelo PPB.


Ocupou, por diversas vezes, o cargo de vice-presidente do Poder Legislativo e líder da bancada na Câmara Municipal de Santos. Foi presidente de várias Comissões Permanentes, inclusive da Comissão de Justiça e Redação, responsável pela emissão de pareceres em projetos do prefeito e dos demais vereadores.


Foi presidente da Câmara Municipal no biênio 1999/2000, quando foi responsável pela transferência dos gabinetes dos vereadores para o prédio localizado na Rua XV de novembro, em 28 de dezembro de 2000. 


Seu último mandato foi no período entre 2005/2008. Candidato pelo PV nas eleições de 2008, ele obteve 2.736 votos, sendo o mais votado da legenda, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral e Mantovani acabou não sendo eleito.


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