Indefinição sobre transferência de alunos da rede municipal preocupa famílias em Santos

Mães relatam que crianças deveriam ter ido para UME Auxiliadora da Instrução, no Estuário, mas vaga apareceu na UME 28 de Fevereiro, no Saboó

Por: Da Redação  -  13/12/19  -  16:47
Possível transferência de alunos de escolas municipais de Santos gera transtornos
Possível transferência de alunos de escolas municipais de Santos gera transtornos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Um erro de sistema tem levado dor de cabeça a mães de alunos da Educação Infantil da rede municipal de Santos. O problema é a indefinição de uma escola para os filhos a partir do ano que vem. Os alunos, com idades entre 5 e 6 anos, ingressarão no 1º ano do Ensino Fundamental.


A confusão, segundo elas, é que as crianças deveriam ir para a UME Auxiliadora da Instrução, no Estuário, por ser perto de casa. Mas, ao contrário disso, a vaga apareceu na UME 28 de Fevereiro, no Saboó.


“A turminha deles tem 20 crianças e fomos orientados sobre documentos e prazo para a inscrição nas escolas. Fui no primeiro dia e a garantia era de que meu filho estudaria perto da minha casa”, diz a pedagoga Soraia Cristina Mineiro Batista, de 46 anos.


Ela diz que a educação dos filhos sempre foi prioridade e essa incerteza tem lhe feito muito mal. “O pior de tudo foi entrar em contato diversas vezes e dias diferentes para saber uma resposta e ouvir que isso será resolvido apenas no ano que vem. Não tenho sossego com isso”.


Se não bastasse tudo isso, ela diz ter sido informada de que seria preciso, agora, tentar as vagas remanescentes na unidade desejada. Isso entre 3 e 8 de janeiro, sendo que a resposta final só sairá dia 13 de janeiro.


“Se não tivesse vaga na mais próxima, tudo bem. Mas colocar meu filho para estudar do outro lado da Cidade não tem cabimento”, desabafa Soraia.


Uma situação dramática, segundo ela, seria acontecer algo com o filho na escola e ela precisar buscar. “O Saboó enche e imagina se eu não consigo chegar. Já é longe e demora”.


2/5 dos professores vão trabalhar nas escolas, enquanto que 3/5 estará de home office
2/5 dos professores vão trabalhar nas escolas, enquanto que 3/5 estará de home office   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Quem vive drama similar ao da pedagoga Soraia Batista é a professora Luciana da Silva Santos, de 42 anos. Ela sai às 6 horas para trabalhar e é sempre outra pessoa que leva e busca seu filho na escola. Por isso, ela se preocupa com o planejamento para o próximo ano.


“Fui no primeiro dia, em outubro, fazer a inscrição do meu filho. Até perguntei se tinha muita gente e disseram que não. Levei toda a documentação certinha e de repente acontece uma mudança dessa”.
Luciana conta que o mais angustiante é não saber como ficará a rotina em 2020. “Eu preciso ver quem o levará na escola e buscará. Imagina ser do outro lado da Cidade? Pior é ter só o horário do meu almoço para resolver essa dor de cabeça. É um descaso”.


Mais um drama


Para a faxineira Elaine Alves de Souza, de 32 anos, é um absurdo ter de correr atrás dos seus direitos dessa maneira. “Queremos resolver essa situação. Tem criança que mora na Zona Leste e foi jogada para estudar em Monte Cabrão”.


Ela diz que, se a unidade de ensino não ficar mais perto da sua casa, a filha não poderá estudar no próximo ano.


“Minhas faxinas não são para aquele lado. É muito contrário mesmo ela estudar no Saboó. Desse jeito eu não consigo adaptar a minha rotina”.


O quanto antes


Segundo a chefe do Departamento de Planejamento da Secretaria de Educação de Santos, Renata Tramontino, até o ano passado, era tudo feito manualmente. Já a partir deste ano, a Secretaria foi obrigada a aderir a Secretaria Escolar Digital.


“Não entendemos o que aconteceu. Houve uma pane e até uma classe inteira de pré-escola deixou de ser transferida. São coisas pontuais e que vamos resolver”.


Ela pede que as mães compareçam o quanto antes ao plantão da supervisão, que fica na Praça dos Andradas, 27, no Centro. O horário de funcionamento é de terça a sexta, das 8 às 12h e das 14 às 18h. O objetivo é que a situação seja resolvida ainda este ano.


“Ainda nos casos em que a mãe queira tentar uma outra escola para o filho, ainda que ele esteja estudando perto de casa, é possível tentar a transferência de 3 a 8 de janeiro, procurando direto a unidade em que tem interesse”, esclarece Renata.


Segundo ela, todo o sistema de Ensino Fundamental passou por essa atualização e essas questões pontuais estão sendo repassadas para a Secretaria de Estado da Educação. “Como todo sistema, na implantação às vezes acontece algum erro”.


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