Idoso de 68 anos aguarda Samu por quase 1h30 após convulsionar em Santos
Demora para chegada do socorro foi tanta que a própria família resolveu levá-lo para um hospital da cidade
Um idoso de 68 anos precisou esperar por cerca de 1h30 uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após ter convulsionado dentro de casa, em Santos, segundo relato da família. O caso ocorreu nesta sexta-feira (12).
Alessandra Silva Gonçalves, filha de João Gonçalves Junior, explicou que tudo ocorreu no período da manhã. Segundo a médica veterinária, seu pai estava no quarto após ter tomado café quando caiu da cama e começou a convulsionar.
"Minha irmã estava em casa com ele. Ela tentou o segurar, dar o respaldo possível e já acionou o Samu, por volta de 8h40", explica Alessandra em conversa com ATribuna.com.br.
Alessandra, junto com seu irmão, foram até a casa do pai, na Rua Cunha Moreira, enquanto aguardavam pela chegada da ambulância. Por volta de 9h10, voltaram a ligar para o Samu para ter uma resposta sobre a chegada do socorro.
"A ambulância chegou em casa por volta de 10h05 e só minha irmã estava em casa. O Samu demorou tanto que desistimos esperar e resolvemos nós levarmos meu pai para o hospital, tamanha a demora", disse Alessandra.
Seo João mora em um condomínio de três andares. Ele precisou ser carregado pelos filhos, que tiveram de descer dois lances de escada para ele ser colocado no carro e levado para o hospital, pouco antes das 10h, chegando no hospital perto de 10h10.
"No nosso caso temos a sorte de que temos condições de levá-lo para um hospital particular, mas e quem não tem isso, como que fica?", questiona Alessandra. "Quase 1h30 de espera, sendo que meu pai mora próximo à sede do Samu, e ainda assim teve toda essa demora", finalizou.
Alessandra explicou que seu pai foi atendido no Hospital São Lucas, na Vila Mathias. Ele passou por uma tomografia, realizou exames de sangue e foi constatado uma luxação no ombro devido à queda na cama. Segundo a médica veterinária, por ora, não foi constatado nenhuma anormalidade. Ele retornou para casa no fim da tarde de sexta.
Revolta conjunta
Alessandra fez uma postagem em seu perfil nas redes sociais, revoltada com a demora do serviço de socorro. Nos comentários, muitas pessoas relataram problemas que enfrentaram no que se diz respeito ao tempo de espera das ambulâncias de Samu.
Ela fez menção à Prefeitura de Santos e ao prefeito Rogério Santos (PSDB) na publicação. A postagem ganhou tamanha repercussão que a própria equipe de assessores do prefeito entraram em contato com a médica veterinária para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Resposta
Em nota, a Prefeitura de Santos informou que, no momento da ligação, o paciente já não se encontrava em crise convulsiva. Com base nas informações por telefone, o médico regulador orientou o procedimento a ser realizado e classificou o paciente como prioridade média, já que não havia crise convulsiva e o paciente estava consciente.
"As viaturas estavam em atendimento, no momento da ligação, e tão logo foi possível atender o chamado, de acordo com a prioridade estabelecida, a ambulância foi encaminhada ao endereço", finalizou a nota da administração.
A família questiona o posicionamento da prefeitura, uma vez que, segundo relatos, seo João não estava consciente em nenhum momento durante as duas ligações feitas para o Samu.
