Grupo quer tombar Mercado de Peixes de Santos

Anexou-se à solicitação um abaixo-assinado contra a demolição do mercado, com 1.750 adesões

Por: Da Redação  -  17/09/19  -  16:12
Projetado por Antônio Carlos Quintas, mercado foi inaugurado em 1982 por Paulo Gomes Barbosa
Projetado por Antônio Carlos Quintas, mercado foi inaugurado em 1982 por Paulo Gomes Barbosa   Foto: Carlos Nogueira/AT

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) analisará, na quinta-feira (19), uma requisição para a análise prévia de um pedido de tombamento do Mercado de Peixes, na Ponta da Praia. A avaliação deverá levar três semanas e, se a solicitação de estudos for aprovada, o imóvel não poderá sofrer nenhuma mudança estrutural.


O pedido para se tombar o mercado foi feito pelo Conselho Municipal de Cultura (Concult), que aprovou a ideia em 19 de agosto. O grupo, presidido pelo ator Júnior Brassalotti, propõe adaptar o prédio para receber um terminal de passageiros de ônibus e para integração com a planejada linha estendida do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).


O Concult também apelou aos valores histórico, arquitetônico, simbólico e afetivo do Mercado de Peixes, inaugurado em 1982 com base em um projeto do arquiteto Antônio Carlos Quintas – que trabalhava na Prodesan, empresa de economia mista cuja maior acionista é a Prefeitura, e morreu na véspera da inauguração.


A Prefeitura pretende transferir o mercado e transformar a área das atuais instalações em uma praça com espelho d’água e fonte com efeitos sonoros e luminosos. Ela integrará o futuro Centro de Atividades Turísticas (CAT), que servirá como novo centro de convenções da Cidade.


Parte dos permissionários ouvidos pela Reportagem se mostrou favorável à proteção do espaço – “um importante exemplar da arquitetura santista da década de 80, inaugurado em 1982, como uma das grandes obras do governo do prefeito Paulo Gomes Barbosa, pai do atual prefeito, Paulo Alexandre Barbosa”, como dizem os autores do pedido.


Filha de Quintas, a arquiteta Daniela Quintas é uma das signatárias do pedido de tombamento. Radicada em Londres, no Reino Unido, ela sugere que se dê um destino útil ao espaço.


Anexou-se à solicitação um abaixo-assinado contra a demolição do mercado, com 1.750 adesões.


Manter parte


Em nota, a Prefeitura esclarece que nunca tinha havido “qualquer manifestação ou pedido de tombamento arquitetônico do edifício” e que estuda a “possibilidade de preservar parte dos arcos do atual prédio”.


Ainda segundo o Município, a análise não prejudicará a remodelação da Ponta da Praia. Também cita que o futuro mercado, na Avenida Mario Covas, terá 20 boxes climatizados e deverá ser entregue em março próximo.


Logo A Tribuna
Newsletter