Encontro realizado em Santos mostra a importância da criação de abelhas sem ferrão

Espécie que produz o mel cobiçado e mais valioso corre risco de extinção

Por: Júnior Batista  -  17/01/22  -  14:01
Colmeias e o mel produzido: trabalho das abelhas sem ferrão é comercialmente mais rentável
Colmeias e o mel produzido: trabalho das abelhas sem ferrão é comercialmente mais rentável   Foto: Arquivo/AT

Estimular a criação das abelhas sem ferrão, em extinção no País, é um dos focos de uma série de encontros que vêm acontecendo há sete anos. Eles são organizados em um grupo no WhatsApp de meliponicultores — quem cria ou trata de abelhas. Um dos líderes, Luciano Augusto Alexandre Soares, comandou no domingo (16) o 4º Encontro 100% Abelhas Sem Ferrão, realizado no Teatro Municipal Braz Cubas, em Santos.


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“Muitas pessoas nem sequer sabem que existem abelhas sem ferrão. E elas são nativas do Brasil, diferentemente da Apis, aquela abelha mais conhecida pelas pessoas, preta e amarela, que pode, até, matar”, explica.


O encontro reuniu criadores de abelhas de diversos locais do Estado e do Brasil, professores, pesquisadores e especialistas. Também houve um concurso entre produtores para premiar o melhor mel.


De acordo com Soares, as espécies de abelhas sem ferrão se diferenciam por produzir quantidade menor de mel, mas o produto é muito mais valioso que o da Apis, o que se torna vantajoso ao produtor e estimula a preservação e a criação das abelhas sem ferrão.


Frequentadores puderam aproveitar o espaço, com oficinas de criação de abelhas e culinária com mel.


O meliponicultor Davi Mafra, de 44 anos, é de Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira. Ele maneja abelhas sem ferrão da espécie uruçu-amarela há cinco anos. No espaço, ele aproveitou para divulgar um aparelho criado por ele: uma mesa extratora de mel portátil, que funciona a bateria.


“Dessa forma, posso tirar dúvidas dos meliponicultores que desejem criar esse tipo de abelha e mostrar meus produtos. É muito interessante a ideia das feiras”, diz.


Cultura
Além da venda de produtos, no segundo andar do teatro foram expostas fotos de abelhas sem ferrão. Mas essa não foi a única atração cultural da feira. A escritora Cláudia DiCarmo, de 58 anos, lançou seu livro infantil Vida de Abelha. Na história, as abelhas-mandaçaia são invadidas pelas abelhas-limão.


“Abelha-limão não consegue captar pólen, então, ela rouba. Ela ataca outras comeias. Na história, elas são as vilãs. E outras quatro abelhinhas, inspiradas nas minhas sobrinhas, bolam um plano engraçado para salvar a colmeia e botar as abelhas-limão para fora”, conta ela, que sempre usa pessoas reais em seus livros. Ela já lançou nove deles com temas infantis.


Quem quiser acompanhar mais sobre os encontros de abelhas sem ferrão pode fazê-lo seguindo a página do Instagram @100porcentoasf.


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