Em Dia da Imigração, família de Santos fala sobre a importância da cultura japonesa

Até hoje, família Tanabe mantém os costumes japoneses junto com o pai, que veio para o Brasil aos 20 anos

Por: Natalia Cuqui  -  18/06/21  -  17:50
   O senhor Hisakage Tanabe e suas filhas, Lika (à esquerda) e Maki.
O senhor Hisakage Tanabe e suas filhas, Lika (à esquerda) e Maki.   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Em todo o Brasil, é celebrado no dia 18 de junho o Dia da Imigração Japonesa. O primeiro navio que atracou em Santos há exatos 113 anos foi o Kasato Maru, que saiu do Porto de Kobe em 1908 em uma viagem que durou cerca de 52 dias.


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Em Santos, Hisakage Tanabe, de 85 anos, contou à reportagem de A Tribuna que saiu do mesmo porto de Kobe e embarcou no Africa Maru, em maio de 1956, aos 20 anos de idade, com rumo ao nosso município.


"Assim como todos os imigrantes, as principais dificuldades que enfrentei foram o idioma português e adaptação na alimentação. Trabalhei nas lavouras de São Paulo por 10 anos e depois em um restaurante japonês na capital", contou ele com ajuda da sua filha, Lika Tanabe, na tradução para o português.


Hisakage se casou com a dona Sachi Tanabe, que também nasceu no Japão e os dois abriram em 1975 o Restaurante TIKA, que ficava na Rua Bahia, no bairro do Gonzaga, em Santos. Ele afirmou que comandaram o lugar por 40 anos, mas hoje está aposentado.


Lika Tanabe, a filha mais nova do casal, contou que cresceu com todos os costumes japoneses, que seu pai mantém em casa até os dias atuais. Ela nasceu aqui em Santos, mas fala em japonês com o seu pai desde criança.


"Todo início de ano a gente come o zouni, uma massa feita de arroz para desejar prosperidade, e o sobá, um macarrão feito de semolina. Além disso, a gente trocava os sapatos quando entrava em casa, fazemos a oratória budista onde a gente cultiva os antepassados já falecidos", explicou.


Ela contou também que quando era criança, tinha vergonha de falar com os pais em japonês na frente dos amigos brasileiros, que achavam engraçado, mas que hoje é feliz por isso: Hoje somos gratas por ter todo esse conhecimento, principalmente saber falar a língua. Agradeço bastante meus pais por terem nos passado toda essa cultura", finaliza.


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