Corrente do bem ajuda casal de idosos que vende flores no quintal de casa, em Santos

Depois de 20 anos com uma floricultura, eles tiveram de devolver o imóvel devido ao alto valor do aluguel

Por: Nathália de Alcantara  -  10/08/20  -  20:45
Hanae e o marido Sumio vendem flores para sobreviver no Estuário, em Santos
Hanae e o marido Sumio vendem flores para sobreviver no Estuário, em Santos   Foto: Alexsander Ferraz

Uma corrente do bem levou esperança para um casal de idosos do Estuário, em Santos, e também flores para a vida de muitas pessoas. Isso porque uma postagem viralizou nas redes sociais ao pedir ajuda em nome de Hanae Muraoka Igari, de 81 anos, e o marido Sumio Igari, de 86.


Depois de 20 anos como proprietários de uma floricultura, eles tiveram de entregar o imóvel por conta do alto valor do aluguel. E a solução foi começar a vender flores e acessórios para jardinagem no quintal de casa para sobreviver. O detalhe é que, devido à pandemia de coronavírus e o isolamento social, as vendas diminuíram bastante. 


“Somos só nós dois. Temos quatro filhos, sete netos e dois bisnetos, mas todos moram em Suzano. Sumio faz serviço de jardinagem em prédios e é bastante conhecido por isso. Ele trabalha muito bem”, conta Hanae orgulhosa. 


Casados desde 1962, os dois seguem parceios na vida há 58 anos. “Tem dias em que não aparece ninguém, mas em outros as pessoas vêm comprar. Não temos um valor fixo para ganhar no mês”, diz ela.


Sucesso


Durante a visita da Reportagem à nova floricultura improvisada, o movimento no local foi intenso. Entraram e saíram pessoas de todas as idades, a pé, de carro, de moto e até de outras cidades.


Tanto que as flores e plantas mais procuradas acabaram rápido e muitos deixaram para voltar na próxima terça-feira, quando chega um novo caminhão cheio de novidades. “Isso aqui estava lindo demais, cheio de cor e vida com tantas flores. Mas já foi tudo, ainda bem”, explica Sumio.


Sumio cuidou de flores, plantas e jardins sua vida toda
Sumio cuidou de flores, plantas e jardins sua vida toda   Foto: Alexsander Ferraz

A esteticista Beatriz Santos Pettersen, de 60 anos. já conhecia o casal antes da postagem. “Estou na fase do plantar e venho aqui. O preço compensa bastante. Aqui estava sempre vazio e estou vendo que essa campanha ajudou bastante os dois”.


Depois de ver amigos compartilhando a nas redes sociais a história do casal, Andréa Rocha, de 45 anos, foi conhecer o espaço. “Estou levando Capim Cidrão e muda de Hortelã. Planto na frente da minha casa para as pessoas que passam poderem pegar e levar”, explica a moradora de Guarujá.


O microempresario Marco Antônio de Oliveira, de 41 anos, também buscou Capim Cidrão para sua horta. Isso depois de compartilhar a postagem para chamar a atenção de mais pessoas para o assunto. “Faz um ano que comecei e estou aumentando aos poucos”. 


A dona de casa Maristela Eduardo Rodrigues, de 55 anos, vai voltar na terça-feira para buscar o que ficou faltando em sua compra. “Vi a postagem e vim atrás de Hortelã, mas já acabou. Então, estou levando só Babosa. A minha janela é cheia de flores e nós compramos o que precisamos e já ajudamos os dois”.


Família toda


A analista comercial Márcia Monteiro, de 48 anos, estava atrás de Suculentas para as filhas Maitê, de 17, e Manoela, 11, ela foi até o local para ajudar o casal depois de ver a postagem nas redes sociais.


“As meninas queriam vasos para a nossa casa. Elas começaram a se interessar por isso e cuidar durante a pandemia. Como muita coisa acabou, vamos ter de voltar na terça-feira para comprar tudo o que precisamos”. 


Márcia e as filhas Maitê e Manoela foram atrás de itens para o novo hobby durante a pandemia de coronavírus
Márcia e as filhas Maitê e Manoela foram atrás de itens para o novo hobby durante a pandemia de coronavírus   Foto: Alexsander Ferraz

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