Conheça mais sobre as quatro primeiras mulheres vacinadas contra a covid-19 em Santos

Infecção pela doença, ligação com Manaus e perdas de familiares, elas passaram por isso

Por: Matheus Müller  -  20/01/21  -  20:23
Profissionais de Saúde foram imunizadas contra covid-19
Profissionais de Saúde foram imunizadas contra covid-19   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Santos começou a vacinar os profissionais da saúde nesta quarta-feira (20). O evento teve a presença do governador João Doria (PSDB) e diversas autoridades, mas quem chamou a atenção mesmo foram as três primeiras mulheres imunizadas na região, e a responsável por imunizá-las. Quem são? Abaixo você conhece um pouco mais dessas histórias.


Uma curiosidade, o governador destacou que o Estado tem optado, nesses eventos, vacinar profissionais de saúde mulheres: “Há um sentimento para isso, que é a própria proteção da mulher, como mãe de família, como esposa, em alguns casos avó. São as mulheres as mais fortes defensoras do distanciamento, do uso de máscara, medidas de higiene e da proteção das pessoas”.


Almira Dias Marques, santista, 56 anos, enfermeira há 33 anos



Linha de frente no combate à covid-19, Almira trabalha na Prefeitura de Santos, no Centro de testagem da doença, e pelo Hospital Guilherme Álvaro, do Estado, na pediatria covid-19. Ela foi uma das primeiras profissionais da saúde a contrair o novo coronavírus, em março, e apesar de ter conseguido vencer a doença, que a atingiu de forma “amena”, ser a primeira vacinada na região a deixou “bem aliviada”.


“A gente não sabe como é o percurso da covid-19 até mesmo em quem já foi acometido. Tenho certeza de que a grande arma, a grande estratégia é a vacinação, então, é muito importante que todo mundo tenha consciência e ciência disso e me sinto muito honrada”.


Larissa Simões, santista, técnica em enfermagem na UTI Covid-19 do Hospital estivadores



Viveu duas tragédias familiares ao perder um tio em julho de 2020 e outro em 13 de dezembro do ano passado, ambos foram vítimas da covid-19. Ela recebeu a notícia de que seria vacinada na última terça-feira (19), no mesmo dia em que as doses da coronavac chegaram a Santos.


“(Todos da família) Ficaram muito felizes, porque o pensamento é: e se a vacina tivesse saído um pouco antes? Não teríamos perdido muitas famílias”. Agora, no entanto, ela ressalta que o trabalho é conscientizar para as pessoas não terem receio da imunização e não relaxarem. “A vacina é um grande passo. É importante porque vai diminuir os casos, vai diminuir a ocupação de leitos, será bom para a sociedade”.


Lubyanka Ferreira, manauara, 38 anos, médica - há 10 anos trabalha com terapia intensiva



A médica foi a terceira a ser vacinada. Emocionada, definiu o momento como sendo de “gratidão e esperança acima de tudo”. Nascida em Manaus (AM), mas residente em Santos, a profissional diz se emocionar com tudo o que tem visto em sua terra natal, que vive uma crise na saúde. O estado está com os hospitais saturados de pacientes com covid-19 e, inclusive, sofre com a falta de oxigênio.


“É muito triste, não consigo parar de chorar toda vez que assisto televisão. Vejo meu povo, meus amigos que estão na linha de frente, os hospitais por onde passei como estudante, residente e onde trabalhei. Vejo esse caos que está essa segunda onda, isso é desolador, porque você não consegue dar o mínimo de suporte ao paciente que é oxigênio”. Ela agradece a ajuda de todos que têm contribuído com Manaus e orienta às pessoas que se vacinem: “É o passo decisivo para a gente diminuir o número de casos graves. É um passo para o controle dessa doença”.


Chaula Letícia Lopes Nunes, santista, 43 anos, enfermeira de saúde ocupacional



Responsável pelas três aplicações, Chaula não ficou de lado e, após cumprir a função, também foi vacinada nos bastidores. “É um momento de muita emoção, principalmente para nós que trabalhamos desde o início da pandemia com tantas tristezas e incertezas. Esse é um marco e tanto para o município e para a saúde”.


Mãe de três filhos, conta que fica mais aliviada, e apreensiva quando pegou as doses da coronavac. “Quando peguei o frasco na mão, queria chorar, vibrar e gritar. É muita emoção”.


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