As 67 crianças com deficiência que estudam na Unidade Municipal de Ensino (UME) Maria Carmelita Proost Villaça, na Ponta da Praia, em Santos, não serão redistribuídas para escolas regulares. A afirmação foi feita pela secretária municipal de Educação, Cristina Barletta, ontem à noite, em audiência pública na Câmara de Santos.
A fala da secretária contradiz o que ela disse em entrevista gravada para A Tribuna, no mês passado, na qual garantiu que todos os alunos que apresentam hoje algum quadro especial passariam a ser atendidos nas escolas regulares.
Na audiência convocada pela vereadora Audrey Kleys (PP), porém, Cristina disse que a Reportagem escreveu “coisa que ela não falou” e que está emprocesso de escuta, sem nenhuma proposta fechada. A secretária foi além, disse que a escola tem capacidade para receber até 300 estudantes.
“Eu tenho a proposta de melhorar os atendimentos”, afirmou, ressaltando que “nunca foi proposto o fechamento da escola”.
À Reportagem, no mês passado, a secretária afirmou que a política de atendimento a essas crianças em uma escola exclusiva não é mais bem aceita pelos pais que fazem parte do Conselho de Educação Inclusiva. E que a legislação aponta para um atendimento em escolas de ensino regular e nas entidades subvencionadas.
Período Integral
A secretária disse ainda que, se a mudança fosse efetivada, a UME Dom Pedro II, também na Ponta da Praia, e a Carmelita seriam transformadas em escolas de período integral. Na primeira, ficariam os estudantes do Ensino Fundamental II (6º ao 9º anos).
Os do Ensino Fundamental I (1º ao 5º anos seriam transferidos para o prédio da Carmelita).
Pais de alunos criaram um grupo no WhatsApp e prometeram acionar o Ministério Público.